Folha de S. Paulo


Dirceu diz que vai recorrer de condenação do mensalão

O ex-ministro José Dirceu, condenado a mais de dez anos de prisão pelos crimes do mensalão, disse nesta sexta-feira (19) que vai entrar com todos os recursos possíveis para reverter a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Em visita a Belém, ele disse que ainda não teve acesso ao resumo do acórdão publicado hoje, mas evitou discutir o assunto.

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Marlene Bergamo/Folhapress
Ex-ministro José Dirceu
Ex-ministro José Dirceu

O resumo do julgamento reitera que Dirceu teve a função de "organizar" e "controlar" o esquema de compra de apoio político no governo Lula, quando era chefe da Casa Civil.

"Eu vou recorrer, depois vou recorrer da revisão criminal, depois do trânsito em julgado e vou recorrer às cortes internacionais, porque nós não tivemos direito à dupla jurisdição, e nós não tínhamos foro privilegiado", disse o ex-ministro.

Dirceu ministrou palestra sobre os dez anos de governo do PT no Brasil.

Na capital paraense, o ex-ministro foi recebido pelo ex-deputado Paulo Rocha, absolvido no julgamento do mensalão, e pela ex-governadora Ana Júlia Carepa, derrotada nas últimas eleições estaduais.

"Zé, esse exército aqui está junto contigo, companheiro", disse Paulo Rocha ao ex-ministro, referindo-se à militância presente no evento. O PT paraense enfrenta momentos difíceis depois de perder nas últimas eleições estaduais e municipais.

INFLAÇÃO E 2014

Em seu discurso, Dirceu disse que a inflação é um "factoide" criado pela imprensa para atacar o governo de Dilma Rousseff. "A taxa de inflação não extrapolou a média dos últimos anos. O preço do tomate é causado por uma razão sazonal, que tem todo ano. Mas o que a gente vê é o uso político disso para atacar o governo", afirmou.

Sobre as eleições do próximo ano, o ex-ministro disse que a oposição está adiantando o debate eleitoral, e não o governo.

"Então eles podem viajar e se articular e a Dilma tem que ficar trancada lá em Brasília?! Nós temos que montar nossos palanques, e temos palanques fortes. Se nós quisermos uma vitória em 2014, temos que começar a lutar agora."


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