Folha de S. Paulo


Partido de Marina diz que proposta que inibe novas siglas é 'golpe'

O comando da Rede Sustentabilidade, partido que a ex-senadora Marina Silva tenta viabilizar, reagiu nesta segunda-feira (20) e afirmou considerar a movimentação de partidos para inibir a criação de novas siglas como um "golpe na democracia".

A crítica é à tentativa de acelerar a votação de projeto na Câmara que restringe o tempo de propaganda na TV e recursos do fundo partidário às legendas que não disputaram eleições. O texto, que tem aval do Planalto, pode ser votado nesta semana.

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Para o grupo de Marina, estão usando "o poder para eliminar de forma casuística quem ameaça a reeleição do governo".

"É um golpe contra a democracia para inibir o fortalecimento e a estruturação legítima de novas forças políticas, como a Rede Sustentabilidade", diz nota divulgada pelo partido.

Luiz Roberto Lima - 17.mar.2013/Futura Press/Folhapress
Ex-senadora Marina Silva cumprimenta eleitores na praia de Copacabana, onde foi coletar assinaturas para novo partido
Ex-senadora Marina Silva cumprimenta eleitores na praia de Copacabana, onde foi coletar assinaturas para novo partido

"Porque querem apenas proteger seus próprios interesses e usam o poder para eliminar de forma casuística quem ameaça a reeleição do governo. Mas a Rede não vai se calar frente a essa tentativa de golpe", completa.

Na semana passada, numa manobra orquestrada pelo PT e pelo PMDB, a Câmara discutiu dar celeridade ao projeto, mas o pedido de urgência não alcançou os 257 votos necessários que faria o texto ser analisado diretamente no plenário, sem passar por comissões. Uma nova tentativa deve ocorrer nesta semana. Além do PT e do PMDB, apoiam a proposta PSD e PR.

São contrários PSDB, PSB, PPS e PV. Diante da movimentação, PPS e PMN aceleraram a fusão entre as legendas, que deve ser confirmada na quarta-feira.

No documento divulgado, a Rede cobrou a discussão de uma reforma política e sustenta que há debates mais urgentes no Congresso, como o financiamento de campanhas eleitorais, fim de privilégios de parlamentares e o monopólios dos partidos políticos sobre candidaturas. A nota não foi assinada diretamente por Marina, mas pela Comissão Executiva Nacional.

"A Rede acredita que o Congresso Nacional deve discutir uma reforma política de verdade, que enfrente os temas realmente importantes para o aprofundamento da democracia e da participação popular nas decisões políticas".


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