Folha de S. Paulo


Análise: Forma de organização das Assembleias de Deus favorece surgimento de rachas

Fruto de movimentos de renovação religiosa nos EUA, as Assembleias de Deus têm características marcantes dentro do movimento pentecostal --entre elas, intenso fervor religioso.

A primeira convenção-geral ocorreu em Natal, em 1930, com 11 missionários suecos e 23 líderes brasileiros. Os suecos ocuparam a presidência da Convenção-Geral das Assembleias de Deus até 1951. Logo após chegaram os missionários americanos que passaram a enfatizar a educação teológica.

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Quanto ao sistema de governo, caracteriza a Assembleia de Deus um complexo sistema de redes. Igrejas-sedes, igrejas e congregações dependentes das igrejas-mães. O pastor-presidente da igreja-sede funciona como um bispo do respectivo campo (zona de atuação).

Última instância de poder de decisão, a Convenção-Geral das Assembleias de Deus é formada por convenções estaduais e ministérios filiados. O fiel, para chegar até o pastorado, passa por outros cargos --auxiliar, diácono, presbítero e evangelista.

Esse "velho" sistema de escalada rumo ao poder mostra-se lento demais para a rapidez do mundo moderno.

Não são poucas as tensões provocadas por esse sistema. Recentemente o pastor Silas Malafaia desfiliou-se da Convenção Geral e constituiu sua própria Convenção, a Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Por não ter papas, o pentecostalismo favorece as lideranças carismáticas, e os "rachas" são inevitáveis.

RICARDO BITUN é doutor em sociologia e mestre em ciências da religião.


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