Folha de S. Paulo


Ex-ministro Carlos Lupi é reeleito presidente do PDT

Fortalecido com o apoio da presidente Dilma, Carlos Lupi foi reeleito nesta sexta-feira (22) para presidência nacional do PDT, cargo que ocupará por mais dois anos.
Lupi está à frente da legenda desde 2004 quando assumiu o comando do PDT com a morte de Leonel Brizola.

Na última sexta-feira (15), Dilma substituiu Brizola Neto do Ministério do Trabalho para colocar Manoel Dias, ligado a Lupi. A decisão ajudou a isolar o grupo de Brizola Neto que ensaiou montar uma chapa para disputar a convenção desta sexta-feira. Ele, no entanto, não teve o apoio mínimo de 30% dos participantes do encontro o que o impediu de se candidatar.

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André Borges/Folhapress
Presidente do PDT, Carlos Lupi, e ministro Manoel Dias (Trabalho) na convenção do partido em Luziânzia (GO)
Presidente do PDT, Carlos Lupi, e ministro Manoel Dias (Trabalho) na convenção do partido em Luziânzia (GO)

Sem adversário, Lupi foi eleito por aclamação pela chapa "Brizola Vive. Brizola sempre".

Brizola Neto não participou do evento realizado na cidade de Luziânia (GO). Na véspera, ele ainda tentou cancelar a convenção com uma ação na Justiça, mas a juíza Mara Silda Nunes de Almeida, da 17ª. Vara Cível de Brasília indeferiu o pedido.

O confronto com o grupo de Lupi culminou na retirada do nome de Brizola Neto da Executiva do PDT. Ele foi substituído na segunda vice-presidência por Miguelina Vecchio. Por outro lado, Manoel Dias deverá acumular o cargo de ministro com o de secretária-geral do partido, posto já ocupado por ele.

Após eleito, Lupi citou indiretamente no discurso as brigas internas.

"Não podemos ser pequenos para brigar e deixar que ofensas pessoais e agressões sejam maiores que a história do nosso partido", afirmou.

Lupi também fez críticas à imprensa. "Essa gente não irá perdoar a gente nunca. Lembro quando o Brizola morreu toda a mídia enterrou o PDT junto. Vão ter que aturar a gente muitos anos", afirmou.

MANIFESTO

No encontro, os senadores Pedro Taques (MT) e Cristovam Buarque (DF) e o deputado Reguffe (DF) apresentaram manifesto reivindicando independência em relação aos demais partidos "caminhando para a ocupação mais à esquerda dos demais". O texto também solicitava o limite de no máximo dois anos seguidos para qualquer dirigente.

Hoje o partido tem 4 senadores, 26 deputados federais e três prefeitos de capitais.

FAXINA

Em dezembro de 2011, Carlos Lupi (PDT) saiu do Ministério do Trabalho. A crise contra o ministro começou após reportagem da revista "Veja" informar o envolvimento de servidores e ex-servidores do ministério em um esquema de cobrança de propinas que revertia recursos para o caixa do PDT.

Após a reportagem, Lupi afastou um dos envolvidos e afirmou que só deixaria o governo "abatido por bala". A presidente não gostou das declarações e ele se retratou logo depois.

No dia 12, uma nova publicação da "Veja" denunciou o uso de avião contratado por um dono de uma rede de ONGs beneficiária de convênios de mais de R$ 10 milhões com o Ministério do Trabalho.


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