Folha de S. Paulo


Eduardo Campos critica antecipação eleitoral de PT e PSDB

Potencial candidato do PSB à Presidência, o governador Eduardo Campos (PE) criticou na quinta-feira (21) a antecipação eleitoral de PT e PSDB e afirmou que atualmente não é possível ter certeza de que, em 2014, os dois partidos irão polarizar de novo a disputa pelo Palácio do Planalto.

"O país não precisa dessa velha rinha, não precisa discutir o passado, discutir coisas que não dialogam com a pauta do povo. A população está preocupada com um Brasil que não cresceu como se esperava. Não é possível eleitoralizar a política brasileira assim", disse o governador.

Senadores do PT e PSDB trocam acusações sobre 'heranças' de governos
Serra rebate petistas e diz que partido 'negou a si mesmo'
Lançada por Lula à reeleição, Dilma rejeita herança tucana
'Não herdamos nada; nós construímos', diz Dilma em ato do PT

Alan Marques - 14.jan.2013/Folhapress
Eduardo Campos, governador de Pernambuco
Eduardo Campos, governador de Pernambuco

As declarações de Campos ocorrem um dia depois de um embate entre os principais nomes de PT e PSDB para a disputa eleitoral de 2014.

Em evento para celebrar os dez anos do partido no poder federal, em São Paulo, o ex-presidente Lula lançou a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff, numa festa marcada por ataques ao período tucano no governo.

No mesmo dia, em Brasília, o senador Aécio Neves, virtual candidato do PSDB ao Planalto, listou 13 "fracassos" de governos petistas, ampliando o acirramento e o clima de campanha eleitoral.

Aliado histórico de Lula e Dilma, mas também próximo de Aécio, o governador de Pernambuco tem despontado nos últimos meses como possível candidato do PSB em 2014, apontado por aliados como alternativa à disputa entre petistas e tucanos.

"Ninguém tem a capacidade de dizer como vai ser 2014 nem de dizer que a polarização será assim ou assado. Não se enganem, porque há uma mudança efetiva ocorrendo na vida brasileira. Não vejo como ajudar o Brasil começando uma campanha eleitoral agora", afirmou ele ontem em Gravatá, cidade do agreste de Pernambuco onde ele foi a principal estrela de um encontro com prefeitos.

OUTRO DEBATE

Campos não quis falar diretamente sobre o evento do PT e o discurso de Aécio.

Disse que o Brasil precisa de "um outro debate", no caso, sobre a eficiência da gestão pública (tema de sua fala ontem aos prefeitos). "É o debate que acho correto. Cada um faz o que pode aguentar."

Publicamente, quando questionado sobre sua candidatura a presidente da República, sempre desconversa. Diz que precisa pensar em 2013, um ano, segundo ele, importante para o crescimento da economia do país, e que a corrida ao Planalto somente será tratada em 2014.

Ontem, na entrevista, repetiu que 2013 será o "o ano do trabalho". Segundo ele, essa é a "pauta da sociedade, a pauta real do povo".

Foi sobre isso que o governador pernambucano falou no seminário aos 184 prefeitos, além de deputados federais e estaduais, senadores e o ministro da Integração, Fernando Bezerra (PSB).

No discurso, criticou a atual relação entre União, Estados e municípios e anunciou um pacote de R$ 612 milhões para investimentos das prefeituras em diversas áreas, como infraestrutura e saúde.


Endereço da página:

Links no texto: