Folha de S. Paulo


Três hérnias e perda total: o dia em que fui vítima de um racha

Era 01h15 da manhã quando sai da casa da minha namorada, no Pacaembu, e peguei, como de costume, a marginal Pinheiros. Observei no posto de gasolina ao lado da loja Tok Stok uma grande aglomeração de pessoas. Passei seguindo em direção a Santo Amaro, trafegando a 90 km/h pela pista da esquerda.

Logo após conferir a velocidade, pois imaginava na época que havia um radar ao final da reta do Jockey (ilusão minha, foi removido), vi um carro passar muito rápido ao meu lado e em instantes escutei um barulho muito forte de freio. Ao olhar o retrovisor, avistei apenas a luz do farol do carro que colidiu com a minha traseira.

O impacto foi muito forte, o Peugeot 206 foi jogado contra a mureta de concreto. Ao bater, o carro inverteu o sentido e decolou em direção ao meio da marginal. Após 4 ou 5 capotadas, o pouso foi no meio da pista 3.

Deco Nowill/Leitor
Peugeot 206 do publicitário Deco Nowill teve perda total após ser atingido por carro que participava de racha
Peugeot 206 do publicitário Deco Nowill teve perda total após ser atingido por carro que participava de racha

Os caminhões, que vinham devagar pois havia bastante tráfego na hora, reduziram e pararam. Um carro da CET com funcionários bastante prestativos viu o acidente pelo retrovisor e voltou de marcha ré para dar assistência. Fui rebocado até um recuo próximo à ponte Cidade Jardim.

Durante a espera do guincho foi possível observar vários carros tirando racha na principal avenida da região, sem o menor problema. O funcionário da CET acionou a polícia, que nada fez para coibir a prática naquele dia.

Como danos, ficaram três hérnias na cervical e a perda total do carro.

Fui à delegacia, prestei queixa, levei o carro à perícia e nada foi feito para encontrar o alucinado que bateu no meu carro. Impunidade tipicamente brasileira.

Por semanas seguintes, passei no mesmo local em outras noites de quinta-feira e pude ver uma aglomeração no posto de gasolina, que, a meu ver, é conivente e corresponsável, pois lucra com os eventos.

Nas mídias sociais, Facebook e Youtube, é muito fácil encontrar vídeos de corridas que acontecem neste local.

Espero que a reportagem publicada pela Folha ajude a prevenir casos iguais ao meu. De acordo com os médicos, foi por sorte que não perdi os movimentos ou tive algo pior.

DECO NOWILL é publicitário.


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