Folha de S. Paulo


Leitor comenta texto de Pasquale Cipro Neto sobre poema de Olavo Bilac

Senhor Pasquale,

Achei legal seu texto sobre "A um poeta", de Olavo Bilac. Só não concordo quando você diz: "já que não se afirma que beneditino escreve, trabalha... Diz-se a ele (beneditino) que trabalhe, que escreva, que teime..."

Não se afirma mesmo, até porque beneditino aí não é sujeito. Nem na sua interpretação do poema, quando o senhor põe: "Diz-se a ele que trabalhe...". Beneditino, reitero, aí, é um adjetivo (que não funciona como sujeito). Na verdade, o poeta (veja o título do poema) é que trabalha, teima... e não o beneditino.

Beneditino aqui é um adjetivo para poeta, como se o eu poético usasse esse título para franciscano ou um frade de outra ordem.

Beneditino é o frade que pertence à ordem de São Bento, que é muito rígida, séria, baseada principalmente na clausura, na oração e no trabalho. Assim, o eu poético diz: ao poeta (como se este fosse um frade beneditino) resta trabalhar, e teimar...

Aliás, ele conseguiu um efeito bonito com esses verbos: trabAlha, e tEima, e lIma, e sOfre, e sUa - fazendo soar a sequência das vogais tônicas a, e, i, o, u.

É isso também.

Curta o Painel do Leitor no Facebook
Siga o Painel do Leitor no Twitter

*

PARTICIPAÇÃO

Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor.online@grupofolha.com.br


Endereço da página:

Links no texto: