Folha de S. Paulo


Volume 3 da Coleção Folha Folclore conta a história da Mula-sem-cabeça

A história da mula que tem labaredas de fogo no lugar da cabeça e que galopa à noite assustando as pessoas é contada no volume 3 da nova Coleção Folha Folclore Brasileiro para Crianças, que chega às bancas no próximo domingo (1º/2).

"A Mula-sem-cabeça" integra a série de 25 livros que reúne personagens e histórias da cultura popular do país, como "O Curupira", "A Lenda do Guaraná", "A Iara", "Negrinho do Pastoreio" e "Travessuras de Pedro Malasartes".

Além da história, cada volume apresenta sugestões de brincadeiras, cantigas e dicas para construir brinquedos, além de trovas, parlendas e jogos de adivinhação.

A cada domingo sai um novo livro, que é sempre acompanhado de um CD com a história narrada e músicas e brincadeiras descritas no material impresso.

Autora da história recontada no volume 3, Silvia Oberg ambientou a trama de "A Mula-sem-cabeça" em Minas Gerais, onde a moça que se transforma no animal é uma doceira que prepara quitutes típicos e fala com sotaque forte. "Quer um docindileite?", diz a mulher a um de seus clientes. As ilustrações são de Sidney Meireles.

"Em qualquer lugar do Brasil, as características da Mula-sem-cabeça que descrevemos são as mesmas", diz Oberg.

Ela se refere a detalhes como a capacidade que a mula tem de identificar a presença de pessoas no escuro porque as unhas das mãos e dos pés aparecem brilhantes para ela.

A dica para fugir da criatura é, portanto, cobrir bem essas partes do corpo. É possível que os adultos reconheçam algumas brincadeiras propostas nos volumes, assim como a famosa cantiga "Sambalelê" ("Sambalelê tá doente/Tá com a cabeça quebrada"...).

MEMÓRIA AFETIVA

A escritora Rosane Pamplona, formada em Letras pela USP e especialista em tradição oral, é a organizadora da coleção. Ela explica que crianças a partir de três anos já estarão aptas a compreender a narrativa das histórias.

"Outras, a partir de uns seis anos, vão gostar de ler o livro. Já os mais velhos vão apreciar os jogos de adivinhação, que são instigantes", diz.

Para Pamplona, os textos nos livros ajudam a enriquecer o vocabulário das crianças, que também irão aprender um pouco mais sobre essa cultura brasileira passada de geração a geração.

A coleção ainda pode evocar a memória afetiva de pais a avós que irão reviver um pouco de sua infância, seja contando as histórias, seja participando das brincadeiras com a criançada.


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