Os sonhos de uma vida plena, contrastados à angústia da espera por que algo aconteça de fato, movem "O Deserto dos Tártaros", filme da "Coleção Folha Grandes Livros no Cinema" que vai às bancas no domingo, dia 15.
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Na produção franco-ítalo-alemã de 1976, o jovem tenente Giovanni Drogo (o ator Jacques Perrin) parte em sua primeira missão oficial, esperançoso de realizar suas aspirações de grandeza.
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Os atores Giuliano Gemma e Jacques Perrin em cena de "O Deserto dos Tártaros", adaptação da obra homônima de Dino Buzzati |
No entanto, ele é enviado a uma fortaleza de hierarquia rígida numa fronteira desolada, à beira de um deserto e de uma montanha gelada. O ataque inimigo --sempre anunciado como iminente, mas que nunca se realiza-- faz a ameaça parecer maior.
A espera pelo inimigo, convertida na razão de ser e viver daqueles homens, é uma alegoria da existência humana, consumida na espera, dominada por gestos repetitivos nos quais busca-se sentido.
O filme de Valerio Zurlini é baseado no romance homônimo de 1940 do escritor e jornalista italiano Dino Buzzati (1906-1972). O longa e seu diretor foram eleitos os melhores do ano pela Academia Italiana de Cinema, em 1977.
O elenco tem nomes importantes na Europa à época, como o sueco Max von Sydow e os italianos Giuliano Gemma, premiado pela mesma Academia pelo papel, e Vittorio Gassman.
Além dos atores, belíssimas imagens --feitas na fronteira entre Irã e Afeganistão-- ajudam a expressar a angústia sem motivo aparente.