Em 26 e 27 de setembro de 1993, amigos reuniram-se no Rio e em São Paulo para o "Tributo a Tom Jobim", no Free Jazz Festival. O homenageado apareceu para receber os louros e --como não?-- tocar.
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O show de São Paulo --o último feito no Brasil por Tom, que morreria em 8 de dezembro de 1994-- foi lançado em CD em 1996. O disco volta às bancas no próximo domingo, dia 30, dentro da Coleção Folha Tributo a Tom Jobim.
Como lembra o livro, escrito por Carlos Calado, a direção musical foi de Herbie Hancock. A banda contava com o saxofonista Joe Henderson, o cantor Jon Hendricks, o pianista Gonzalo Rubalcaba, a cantora e pianista Shirley Horn, o baixista Ron Carter, o percussionista Alex Acuña e o baterista Harvey Mason.
O flanco brasileiro tinha Gal Costa, o violonista e produtor Oscar Castro-Neves --que ajudou Hancock a compor o elenco-- e Paulo Jobim.
O disco registra parte do show. É aberto com Hancock sozinho ao piano. Logo, Shirley Horn aparece para brincar com "The Boy from Ipanema" e "Once I Loved" ("Amor em Paz"). Jon Hendricks toca "No More Blues" ("Chega de Saudade"). Gal Costa vai de "A Felicidade" e "Se Todos Fossem Iguais a Você", preparando a área para Tom, que sobe ao palco para "Luiza", "Wave", "Caminhos Cruzados" e, por óbvio, "Garota de Ipanema", com todos no palco.
O tributo não foi isolado. Homenagens já vinham desde o fim dos anos 1980, como a inclusão do nome de Tom no "Hall of Fame", da Academia Nacional de Música Popular Americana, em 1990.
Pelo lado popular, a Mangueira celebrou Tom no enredo de 1992, "Se Todos Fossem Iguais a Você". Ele foi ao sambódromo carioca, de chapéu e terno branco. "Essa homenagem foi a melhor coisa do mundo. Foi como se tivesse conquistado o Prêmio Nobel da Paz", comparou Tom.
| Sergio Tomisaki-05.nov.85/Folhapress | ||
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| O músico Tom Jobim durante entrevista em 1985 |
A COLEÇÃO
Os 20 volumes sairão todos os domingos, até 18 de agosto, e incluem 18 álbuns originais do músico carioca, além de duas compilações de canções suas interpretadas por outras vozes.
Cada disco é acompanhado por um livro de 48 páginas, impresso em papel colorido e com acabamento em capa dura.
Textos de críticos e repórteres especializados em música --incluindo Antonio Carlos Miguel, Carlos Calado, Lauro Lisboa Garcia, Lucas Nobile, Mauro Ferreira e Tárik de Souza-- inserem cada álbum em seu contexto histórico e artístico.
Veja abaixo o vídeo de lançamento da campanha da Coleção.
Também dão detalhes sobre as sessões de gravação e bastidores. Analisam, ainda, as composições, arranjos, participações de convidados e relações do álbum com outras gravações e fases da carreira do músico.
No caso de canções presentes em mais de um álbum (como "Garota de Ipanema", "Corcovado", "Triste", "Dindi" ou "Wave"), a Coleção aponta as diferenças entre as versões.
Todos os livros-CDs incluem uma análise do repertório do respectivo álbum, com ficha técnica, letras, fotos do compositor e de seus parceiros. Alguns deles também têm seus perfis traçados, como Aloysio de Oliveira, Newton Mendonça, Eumir Deodato, Chico Buarque e Jaques Morelenbaum.