Folha de S. Paulo


'Falta hombridade ao senador Aécio Neves', diz leitor

AÉCIO NEVES

A atitude corporativa do Senado em defender Aécio Neves é mais um exemplo de que as instituições estão funcionando perfeitamente. Existem teses, precedentes e regulamentações que suportam os dois lados. Infelizmente, as instituições funcionam para atender a interesses corporativos, não para atender à população, que quer o fim da corrupção e um sistema eleitoral que eleja representantes dignos.

RICHARD DUBOIS (Brasília, DF)

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Falta hombridade ao senador Aécio Neves ao tentar se escudar em justificativas indefensáveis para declarar-se inocente. Quem, em sã consciência, acredita que uma operação regular de empréstimo pessoal no montante de R$ 2 milhões seria realizada por meio de malas de dinheiro?

LUÍS ROBERTO N. FERREIRA (Santos, SP)

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Algumas pessoas tentam comparar o caso da gravação de Aécio com o de Delcídio do Amaral. Bobagem! Há uma diferença importantíssima entre eles, que "justifica" a punição de Delcídio e a não punição de Aécio: um era do PT, o outro é do PSDB.

MOUZAR BENEDITO (São Paulo, SP)

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LULA NA LAVA JATO

Os recibos apresentados pela defesa do ex-presidente Lula lembram outro caso notório, o das notas fiscais apresentadas por Renan Calheiros para justificar a compra de gado. Nos dois casos, quem deveria receber os pagamentos afirmou que não viu a cor do dinheiro.

ORSON MUREB JACOB (Assis, SP)

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RELIGIÃO NA ESCOLA

Então a escola sem partido estava destinada a se transformar em escola de catecismo?

FRANCISCO BOCCA (Curitiba, PR)

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A decisão do STF comporta um perfeito pensamento de não laicidade. Em um país onde quase 90% da população é cristã e há um enorme índice de intolerância religiosa, implantar uma política de ensino de religião confessional nas escolas só formaria cidadãos mais intolerantes. Não bastassem as proibições do estudo de gênero e sexualidade nas escolas, o STF se mostra pouco interessado em fornecer conhecimento abrangente e em dar representatividade às minorias em âmbito escolar.

LÓREN R. BITTENCOURT (Rio de Janeiro, RJ)

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A decisão de liberar o ensino religioso nas escolas públicas é um ótimo exemplo de como o STF decide de maneira abstrata, sem perceber o alcance e o impacto no cotidiano. Em um ambiente de conflagração social, com radicalização política e polarização ideológica, não duvido que movimentos de esquerda aproveitem a oportunidade para introduzir a teologia da libertação nas escolas públicas de todo o país e que grupos de direita contra-ataquem com a criação do movimento escola sem religião.

LUIZ ROBERTO DA COSTA JR. (Campinas, SP)

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UNIVERSIDADES PAULISTAS

Enquanto Alckmin se concentra na disputa do "xadrez eleitoral", a crise nas universidades estaduais paulistas progride, com risco iminente de colapso e aumento da violência, como ocorreu durante a invasão do Conselho Universitário da Unicamp, na terça (26), em protesto às iniciativas de contingenciamento de gastos na instituição.

ALAN ROGER SANTOS-SILVA, professor da Unicamp (Piracicaba, SP)

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VIOLÊNCIA NAS FAVELAS

Cada vez mais envolvida em corrupção, que é favorecida pelo salário minguado, a polícia prefere fazer negócios com as facções. Com essa maquiagem de "pacificação", o que se sabe é que o tráfico sempre volta para as comunidades. Por isso, é normal que, hoje em dia, quando começa a "retomada da paz", os moradores da comunidade não comemorem mais, pois os "donos do morro" sempre voltam.

DANILO MOTA (Rio de Janeiro, RJ)

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COMBATE À CORRUPÇÃO

Em "Do parto ao porto", o ilustre Carlos Ayres Britto reconhece os avanços no combate à corrupção causado por leis como a da delação premiada, a dos sistemas de compliance e a dos acordos de leniência. Porém deixou de mencionar que elas foram elaboradas e aprovadas nos governos de Lula e Dilma, incluindo a lei da ficha limpa. Não é demais lembrar que nesses governos sempre se respeitou a escolha do Ministério Público, nomeando-se o candidato mais votado, diferentemente do antecessor e do atual.

WILSON RONALDO DE OLIVEIRA (Curitiba, PR)

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RENCA

Decepcionante o editorial da Folha "A encrenca da Renca", ao tachar de "grita preservacionista gratuita" a pressão da sociedade contra a devastação de mais uma grande área da Amazônia. Os editorialistas por certo não desconhecem o fato de que a atividade mineradora é a que mais depreda o meio ambiente e que a fiscalização governamental é frágil, para não dizer inexistente.

ELISEU ROSENDO NUÑEZ (São Paulo, SP)

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PRIVATIZAÇÕES

Como brasileiro e, principalmente, mineiro, corta-me o coração ver a Cemig perder a concessão de usinas emblemáticas. A empresa deveria vir a público para explicar os motivos de uma dívida de 14 bilhões de reais que a impediu de participar do leilão. Caso contrário, mais uma lenda urbana mal explicada vai se perpetuar.

MARCIO MACEDO (Belo Horizonte, MG)

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COLUNISTAS

Bom texto o de Janio de Freitas sobre Temer. Acredito, assim como o colunista, que a distribuição de cargos a membros do Legislativo para conseguir votos contra a denúncia configura suborno. Que país é este?

MARIA HELENA BEAUCHAMP (São Paulo, SP)

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Em relação ao texto de Contardo Calligaris, lembro o ensinamento de Xavier Zubiri, para o qual a concepção de espírito apenas aparece, de forma clara, em Agostinho. Em face da descoberta do "cogito" (não foi Descartes) é que todo o pensamento ocidental se estruturou. Ora, usar o espaço do jornal para reduzir Agostinho a criador de trauma sexual no Ocidente é, no mínimo, uma crítica mesquinha e invejosa a um gigante do pensamento ocidental.

GUILHERME M. F. DE SIQUEIRA (São Paulo, SP)

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Leandro Narloch questiona as estatísticas usadas pela Oxfam Brasil em seu relatório "A distância que nos une", lançado nesta semana, além de considerá-lo "pessimista" em relação à pobreza e desigualdade.

A Oxfam Brasil analisou em seu relatório dados produzidos por diversas e prestigiadas instituições e organizações, entre as quais IBGE, Receita Federal, Ipea, Banco Mundial, Nações Unidas e banco Credit Suisse. Os cálculos baseados nesta última fonte, seja para o mundo, seja para o Brasil, têm sua metodologia disponível e reconhecida, incluídos os esclarecimentos sobre como o tema da dívida é tratado.

O nosso relatório reconhece os avanços que o Brasil vinha alcançando, sem ignorar, no entanto, que continuamos numa situação extrema —como aponta o Banco Mundial em relatório recente. Acreditamos que os gastos sociais têm um papel fundamental para manter esses avanços.

KATIA MAIA, diretora executiva da Oxfam Brasil (São Paulo, SP)

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