Folha de S. Paulo


'Infância desrespeitada, estudante e cidadão violentos', diz leitora

Bruno Santos/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 15-09-2017: A professora Luciana Rocha (41) estava dentro de sua sala de aula quando a mae de uma de suas alunas invadio o local para agredila. A agressao so nao aconteceu porque sua assistente e um coordenadora da escola impediram a violencia.(Foto: Bruno Santos/ Folhapress) *** FSP-COTIDIANO *** EXCLUSIVO FOLHA***
A mãe de uma das alunas da professora Luciana Rocha, 41, tentou agredi-la em sua sala de aula

VIOLÊNCIA NA ESCOLA

A reportagem sobre violência escolar permanece na linha de alarmismo sem aprofundar a temática. O problema vai mais além da questão da violência social e de programas de prevenção que tenham somente o aluno como foco. Ele precisa ser visto de diferentes ângulos, e um deles é o da crise da qualidade da educação, que não permite à escola uma estrutura que favoreça o trabalho coletivo dos educadores tanto sobre as questões pedagógicas como as de relacionamento entre os diferentes grupos em interação. É preciso abordar essa questão de forma mais séria, menos alarmista e pontualmente ("SP tem quase 2 professores agredidos ao dia no trabalho" , "Cotidiano", 17/9).

JOYCE MARY ADAM, professora livre-docente da Unesp, pesquisa violência escolar (Rio Claro, SP)

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Os especialistas dizem que dois fatores explicam as agressões: a desconexão entre estudantes e escola e a violência na sociedade. E a família? E os pais? Ficam destituídos de qualquer responsabilidade?

TSUNETO SASSAKI (São Paulo, SP)

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Deve-se lembrar que a violência familiar é ainda mal fiscalizada pelo Estado e ignorada pela sociedade. Os alunos apenas reproduzem na escola a violência que experimentam desde a mais tenra idade em suas famílias. Vale aqui a óbvia relação: infância desrespeitada, estudante e cidadão violentos. Talvez não seja errado afirmar ainda que esses alunos, ao aviltar professores, também estejam reproduzindo o desprezo do Estado e da sociedade pela educação. O que pode então um professor contra essa família, esse Estado, essa sociedade?

ANA MARIA BEGHETTO PACHECO, professora (Curitiba, PR)

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RESPOSTA A LEITORES

O texto do senhor Antonio Carlos Fenólio é injusto, eivado de preconceitos, impreciso e inverídico. Ao contrário do que ele afirma, fui voluntário, de 1976 a 1979, na Associação Comercial de São Paulo e de 1982 a 1987 na mesma entidade. Assumi a Confederação das Associações Comerciais de 1993 a 1997 e acumulei a presidência do Conselho do Sebrae em 1995. Retornei à presidência da Associação Comercial de 2003 a 2007. Portanto, foram 17 anos de voluntariado na causa das pequenas empresas, ao mesmo tempo em que era empresário, quando fui construindo meu patrimônio, fruto de muito trabalho e dedicação ("Painel do Leitor" , "Opinião", 16/9).

GUILHERME AFIF DOMINGOS, presidente do Sebrae (São Paulo, SP)

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Concordo com o leitor Luiz Biagi quando chama a atenção para a permissividade da elite brasileira à corrupção com o pretexto de estar protegendo o Brasil. Mas, na verdade, ao tolerar a mentira, omissão e manipulação, a elite instruída está fortalecendo valores perversos que são a causa-raiz de nossos problemas que impedem o desenvolvimento do país. ("Painel do Leitor" , "Opinião", 17/9).

NIVALDO DA SILVA LAVOURA JR (Piracicaba, SP)

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COLUNISTAS

André Singer começou bem sua coluna ao reconhecer que o depoimento de Lula foi ruim para o lulismo. Erra, como de costume, ao de novo atribuir a culpa ao que ele denomina irritantemente de "Partido da Justiça". Ele chega ao extremo de sua ilusão ao ver intenções obscuras na delação de Palocci, acreditando que busca beneficiar o PSDB. Pergunto-me por que tudo, para o articulista, tem que se resumir a uma dicotomia PT-PSDB? ("Passado e futuro" , "Opinião", 16/9).

LUIZ DANIEL DE CAMPOS (São Paulo, SP)

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Conclusão à coluna de Lira Neto: o Brasil está muito atrasado, muito longe de quem tem alguma cultura. Mas é sempre bom ir chamando a atenção para problemas desse tipo para que pelo menos fique registrado que essa visão das coisas não é a de todos. ("Indecente é a intolerância" , "Ilustrada", 17/9).

JOEL FERNANDO ANTUNES DE SIQUEIRA (São Paulo, SP)

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A Folha poderia enviar o texto-aula de história da arte de Jorge Coli ("Nu, arte e ética" , "Ilustríssima", 17/9) para os membros do MBL. Na ânsia de reduzir as esferas da vida social à política conservadora, o movimento despreza a complexidade humana e legisla com dogmas. Se antes se diziam liberais, não mais escondem seu fundamentalismo, e, avessos à razão sensível, rejeitam as artes numa confissão clara de ignorância. Àqueles que criticam sua doutrinação, partem para o xingamento rasteiro de pedófilos e degenerados –adjetivo usado pelos censores nazistas.

HAROLDO H. SOUZA DE ARRUDA (São Paulo, SP)

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Agradeço a lucidez de Vladimir Safatle ("Gozar de outra forma" , "Ilustrada", 15/9). Os que furiosamente bradam em nome da "moral e dos bons costumes" não são capazes de se encarar no espelho por mais de alguns segundos. O que a arte lhes proporciona é um encontro com o que há de pior em si mesmos. E o caminho mais fácil para evitar tão indigesto encontro, ainda mais neste país que compactua com torturadores, é a censura.

LEANDRO VEIGA DAINESI (Lorena, SP)

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DESIGUALDADE

Enquanto as energias, ódios e agressividades vão sendo consumidos nas ruas, redes sociais e em protestos muitas vezes desconexos e difusos, nada resta para o trabalhoso ofício da reflexão e da dúvida, que possibilitariam um despertar para o que interessa. Como não desejar uma transformação num país onde se abriga um permanente e vergonhoso abismo social? ("Cronicamente Desigual", "Opinião", 17/9).

ANETE ARAUJO GUEDES (Belo Horizonte, MG)

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De fato, a redistribuição de renda durante os governos petistas existiu, mas foi muito pequena. Se, por tão pouco, os donos do dinheiro derrubaram um governo e colocaram Temer no poder, imaginem o que já teria acontecido se essa redistribuição tivesse sido expressiva.

LUIZ FERNANDO SCHMIDT (Goiânia, GO)

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