Folha de S. Paulo


Editorial sobre cassação de Temer é consistente e equilibrado, elogia leitor

Juca Varella/Folhapress
Artistas, ativistas e blocos de Carnaval de São Paulo realizam no largo da Batata, em Pinheiros, um ato pela saída do presidente Michel Temer e pela realização de eleições diretas
Artistas, ativistas e blocos de Carnaval de São Paulo realizam no largo da Batata, em Pinheiros, um ato pela saída do presidente Michel Temer e pela realização de eleições diretas

GOVERNO ENCURRALADO

Tirando Fernando Henrique Cardoso, não vejo mais ninguém em condições de comandar o país. Pesa a favor da permanência de Michel Temer no poder a manutenção da agenda de reformas. Seria, contudo, situação extremamente delicada para o país ter até o final de 2018 um presidente envolvido em tantos atos suspeitos.

JOÃO GREGÓRIO FILHO (Catalão, GO)

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Se houver eleição indireta, como diz a Constituição, o Brasil ficará parado por quase dois anos, esperando por um pleito de fato legítimo e popular. Todas as reformas em tramitação no Congresso serão esquecidas. O grande perdedor será a população. O funcionalismo público poderá ter seus salários atrasados ou parcelados, mas o Legislativo e Judiciário continuarão a receber em dia.

HELIO SILVA (São Paulo, SP)

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É melhor mesmo só termos eleições diretas no ano que vem. Até lá muitos políticos corruptos já estarão presos e fora da disputa. Teríamos, assim, um voto mais consciente e uma participação popular mais efetiva. Isso fortalecerá a democracia brasileira. Essa seria a melhor contribuição da Lava Jato para o país.

LINEU SABOIA (São Paulo, SP)

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Concordo com a proposta do Partido Verde de lançar uma campanha pela adoção do parlamentarismo já em 2018. Deve-se eleger o chefe de governo com o apoio da maioria absoluta parlamentar, mas continuar a eleição direta para o chefe de Estado. O presidencialismo de coalizão já deu mostras de estar esgotado.

LUIZ ROBERTO DA COSTA JR. (Campinas, SP)

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Uma possível delação de Rodrigo Rocha Loures poderá abalar de vez o governo Temer. A cada dia que passa a situação do presidente fica mais insustentável. Assemelha-se a uma represa precária cheia de remendos, condenada a romper mais cedo ou mais tarde. Tudo indica que em breve mais um presidente sairá do Planalto antes de 2018.

ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI. (Rio Claro, SP)

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Não procede a informação de que o governador Geraldo Alckmin pediu ao PSDB que permaneça no governo Temer, como afirma a reportagem. O compromisso do governador e de seu partido é com a estabilidade, a geração de empregos e a retomada do crescimento econômico. O governador não age movido por considerações eleitorais, mas pelo bem do país.

EUZI DOGNANI, coordenadora de imprensa do governo do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

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Nunca li um texto sucinto que expressasse de forma tão brilhante a lamentável realidade brasileira. Parabéns ao procurador Deltan Dallagnol e a toda equipe da Lava Jato.

CARLOS GONÇALVES DE FARIA, (São Paulo- SP)

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EDITORIAL

A Folha está de parabéns pela reflexão ponderada. A democracia, ao contrário do que muitos inconsequentes à esquerda e à direita pensam, não é um joguete na disputa pelo poder. A cada desfecho drástico desnecessário, a cada manobra torpe, aumentam as suspeitas mútuas e as fissuras na sociedade. Democracia é um acordo delicado em que todos aceitam ter parte de seus interesses contrariados, desde que as regras sejam seguidas.

LEONARDO DOS REIS GAMA (São Paulo, SP)

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Diante do grave momento em que se encontra o país, seria necessário um grande e audacioso pacto social em que fosse admitida a eleição direta para presidente da República, com mandato de cinco anos sem direito a reeleição, com simultânea escolha de deputados e senadores. A população certamente concordaria, mas falta altruísmo aos políticos que se agarram desesperadamente ao poder por interesses próprios.

NATANAEL BATISTA LEAL (Brasília, DF)

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Por questão de grandeza ou de hombridade, Temer deveria renunciar e ajudar o povo a encontrar seu novo e legítimo mandatário, escrevendo, assim, uma página de ouro na sua história e na história do país.

JOÃO CLÁUDIO PINHEIRO (São Paulo, SP)

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É espantoso um jornal do calibre da Folha embarcar na canoa furada do casuísmo e do golpe contra a Constituição vigente. Somente as "repúblicas das bananas" modificam sua Carta Magna ao sabor das circunstâncias do momento. Pobre Brasil!

LUIZ CARLOS ALBUQUERQUE (Viçosa, MG)

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Editorial consistente e equilibrado sobre o julgamento no TSE da chapa que uniu Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), a começar na próxima terça (6). Pela grande ansiedade e polêmica que o tema desperta, é muito importante contar com a postura de coerência e prudência do jornal, artigos tão necessários para a estabilidade da nação.

JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR)

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O editorial embarca no golpe contra as instituições. Não há vácuo na legislação. A lei é clara e límpida. A vagar o cargo da Presidência pelo titular e seu vice, a menos de dois anos da nova eleição, a substituição ocorrerá de forma indireta. O voto direto e popular é soberano, sim, mas dentro do calendário e das regras. Será que esse país não aprendeu que no casuísmo reside o inferno?

ADONAY EVANS (Marília, SP)

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A preocupação da Folha é a aprovação das reformas, uma reivindicação clara da elite econômica que este jornal representa. É uma falsidade dizer que elas poderiam "nos livrar da recessão e preparar um futuro mais próspero". O impacto de tais mudanças só seria sentido no longo prazo, com graves prejuízos para a nação: uma redistribuição de renda em favor dos ricos e um capitalismo ainda mais injusto.

NESTOR BERCOVICH (Florianópolis, SC)

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