Folha de S. Paulo


Não é porque o caixa dois é comum que pode ficar impune, diz leitor

CORRUPÇÃO

O patrimônio público não pode ser utilizado por partidos políticos, seja como propina camuflada de caixa dois, seja por outros meios espúrios. O bem público não pode ficar à mercê de interesses particulares, como aconteceu com o patrimônio da Petrobras. O fato de ser costumeiro não significa que pode ficar impune, como já se cogita. Justiça, doa a quem doer, ou ainda que o céu venha abaixo.

JOÃO ALBERTO DE CARVALHO (Belo Horizonte, MG)

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Ao caro Bernardo Mello Franco gostaria de dizer que o mais triste dessa história é saber que em todos os níveis de governo existe essa maldita prática do caixa dois. Lamentavelmente, a população faz vista grossa porque muita gente se beneficia do sistema. Tenho 70 anos e nunca vi alguma coisa eficaz ser efetivada no combate a essa prática. Vai faltar água para a Operação Lava Jato, infelizmente.

ARNALDO VIEIRA DA SILVA (Aracaju, SE)

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Em "Música para assustados" Bernardo Mello Franco descreveu o que parece ser uma verdadeira orquestração para desqualificar o caixa dois como crime. Tal manobra, segundo o articulista, envolveria o empreiteiro Emilio Odebrecht, próceres do PSDB e do PT, como FHC e José Eduardo Cardozo e até o ministro do STF Gilmar Mendes. A sociedade brasileira, que sempre teme receber ataques às suas expectativas de justiça plena, já esperava tal ação, porém não com tamanha desfaçatez. Os políticos que nunca usaram caixa dois em suas campanhas devem estar se sentindo como idiotas por apostarem na legalidade. Esse é o velho Brasil.

JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR)

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A afirmação de um empreiteiro envolvido na Operação Lava Jato de que "sempre existiu caixa dois" para doações de campanhas eleitorais por certo tem uma grande amplitude. E alguns aspectos podem ser ressaltados: o montante de verbas públicas desviado, a quantidade de empreiteiras e de políticos e servidores públicos envolvidos. Qual vai ser o limite das investigações e como aceitar agora as tentativas de blindagem das doações eleitorais? Como se constata, o quadro é por demais complexo e vai ter muitos desdobramentos.

URIEL VILLAS BOAS (Santos, SP)

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Tempos mais sombrios se aproximam. Ilusão achar que esse Congresso dará um tiro no pé fazendo uma reforma eleitoral contrária a seus interesses. Lula e Bolsonaro são os candidatos mais viáveis para 2018. As centenas de corruptos do Congresso serão anistiados e reeleitos e a corrupção vai continuar. Se não houver imediatamente uma reforma política, triste e tenebroso será o futuro dos nossos jovens.

RUI VERSIANI (São Paulo, SP)

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A sociedade só vai se dar conta da gravidade da cultura de ladroagem e destruição de valores éticos que se projetam a partir de Brasília quando as empresas não mais conseguirem controlar os desvios em seus estoques e as fraudes em sua contabilidade. Quando as famílias não mais tiverem controle sobre a pilhagem em suas dispensas. E quando os pais tiverem que ter cofres em casa para evitar que suas carteiras sejam desviadas pelos filhos.

JOSÉ TADEU GOBBI, publicitário (São Paulo, SP)

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GILMAR MENDES

Gilmar Mendes precisa decidir entre a toga e a política. Na segunda hipótese, demita-se do Supremo, aguarde 2018 e candidate-se. Como está, é imoral. O presidente do TSE e ministro do STF almoçar com seus futuros réus é o cúmulo da indecência.

ARNALDO DE SOUZA CARDOSO (São Paulo, SP)

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REFORMA DA PREVIDÊNCIA

A reforma da Previdência é particularmente perversa para categorias como policiais, trabalhadores rurais, trabalhadores em ambientes insalubres e trabalhadores da educação. Quantos professores serão capazes de ficar em sala de aula até 70 ou 75? Haverá mercado de trabalho para eles? Como isso irá afetar a qualidade de ensino? E a qualidade de vida dos educadores?

ADJALMA RODRIGUES DA SILVA, professor de ensino médio (Belo Horizonte, MG)

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DIREITOS TRABALHISTAS

O que precisamos é modernizar o direito do trabalho. A CLT é de 1943. Não mais se justifica que o empregado não possa parcelar suas férias quando isso lhe aprouver. São regras desatualizadas que dificultam o dia a dia das relações de trabalho. Há muito para reformar e atualizar na legislação trabalhista sem que seja preciso suprimir direitos fundamentais em um país que, vergonhosamente, ainda mantém trabalho escravo.

LAERTES NARDELLI (Blumenau, SC)

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VIAGENS AÉREAS

Admiro os autores da reportagem sobre as regras de bilhetes aéreos não terem questionado como o passageiro fará para, em viagem com bagagem de mão de 10 kg, levar para o avião itens como cortador de unha e aparelho de barbear, necessários em uma viagem curta?

CLAUDIO DE ARRUDA CAMPOS (São Paulo, SP)

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COLUNISTAS

Sobre a coluna de Hélio Schwartsman, o foro por prerrogativa de função, conhecido como foro privilegiado, deve ser restrito aos presidentes da República, do Congresso e do STF e ao Procurador-Geral da República. Ninguém mais. Certamente isso desafogaria as instâncias superiores e ganharíamos celeridade.

ROSÂNGELA GOMES (Salvador, BA)

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Alvaro Costa e Silva reproduz comentário de Elio Gaspari sobre o mau uso do Alvorada. Aproveitando a sugestão de Gaspari, um bom uso para o Alvorada e para o Jaburu seria transformá-los em museus. Que presidente e vice fossem morar em imóveis mais simples. Chega de extravagâncias com dinheiro público.

JOSÉ LUIZ ABRAÇOS (São Paulo, SP)

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Enxergo algo de irritante no esforço gigantesco da imprensa esportiva brasileira em minorar a participação da arbitragem no resultado do jogo entre Barcelona e PSG. Infelizmente, Juca Kfouri, um dos meus colunistas favoritos, foi por esse terreno. Para mim, a soma da covardia do PSG, da coragem do Barcelona e das falhas do juiz foi preponderante. Acho que tentar tirar a importância do juiz é quase equivalente a tentar abrandar o caixa dois.

ANÍSIO FRANCO CÂMARA (São Paulo, SP)

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DIAS MELHORES

Gostaria de parabenizar a competência e o respeito à vida das equipes do Icesp envolvidas no atendimento do paciente Renildo Santos, integradas nas pessoas dos doutores Lenira Rengel e Frederico Teixeira. A tecnologia de que dispomos hoje é uma garantia, mas a certeza depende do médico especialista e de equipe bem treinada. As soluções inovadoras da Rede Lucy Montoro só alcançam esse nível de sucesso quando as ações de reabilitação estão articuladas com todo o plano terapêutico desde a fase inicial do processo.

LINAMARA RIZZO BATTISTELLA, secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (São Paulo, SP)

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