Folha de S. Paulo


Parâmetros de justiça do Brasil rolam ladeira abaixo, diz leitora

AFASTAMENTO DE RENAN

Renan Calheiros (réu) desrespeita uma decisão judicial, sua assessoria mente para que ele fuja do oficial de Justiça e o STF considera esse cidadão qualificado para presidir o Senado e o Congresso Nacional. Os parâmetros éticos e de justiça nacionais rolam ladeira abaixo.

LICA CINTRA (São Paulo, SP)

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A propósito do Painel (8/12), que aponta que a imagem de Cármen Lúcia ficou arranhada após a lamentável sessão plenária de quarta-feira, quero dizer que "arranhada" é uma delicadeza da jornalista Natuza Nery. Um ano após dizer que "o crime não vencerá a Justiça", Cármen Lúcia parece ter se juntado à turma do escárnio. Foi além: fez com que a esculhambação vencesse a confiança que depositamos na presidente do Supremo. Com toda a vênia, ministra, que vergonha.

FÁBIO LEAL (Recife, PE)

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Alguém poderia me explicar o fascínio, o poder, a influência que há tanto tempo exerce sobre a República o prócer senador Renan Calheiros? Imaginem a inveja de Eduardo Cunha e Temer...

MARIA CECÍLIA DE ARRUDA NAVARRO (Bauru, SP)

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O artigo 80 da Constituição Federal define que o presidente do Senado é o terceiro a suceder o presidente da República em seus impedimentos. Ao manter Renan no cargo e, ao mesmo tempo, retirá-lo da linha sucessória, o Supremo está claramente afrontando esse artigo. Quando a instância máxima de defesa da Constituição decide oficialmente deixar de respeitá-la, vemos que o fundo do poço está bem próximo.

FERNANDO PACINI, economista (São Paulo, SP)

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O STF deveria servir para cortar de vez as incongruências que porventura aparecem na interpretação da Constituição. O que estamos presenciando não é uma corte, mas um parlamento de 11 ministros não eleitos pelo povo, que, em votações, ora agrada o povo, ora enfurece. Essa intermitência, o descompasso, é aceitável no Parlamento certo para diferenças diametralmente opostas. Na corte, a cor deveria ser uma só – a da Constituição.

WERLY DA GAMA DOS SANTOS (Rio de Janeiro, RJ)

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Ficamos combinados assim: quando um oficial de Justiça bater à nossa porta, vamos ignorá-lo. Afinal somos todos iguais perante a lei, não?

GABRIEL PROENÇA MEIRELES (São Paulo, SP)

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Na escola, aprendi que a República é constituída por três Poderes, independentes e equânimes. Hoje, aprendi com o STF que um cidadão é moralmente incapaz para exercer a presidência de um deles, porém é probo para exercer a presidência de outro. Isso é regra geral? Vale para os três? Estou confuso!

TEOMAR SOLEDADE JUNIOR (Feira de Santana, BA)

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Somos contra Renan e fim de papo. Não viram e não ouviram a rua no domingo passado.

OSMAR G. LOUREIRO (Cravinhos, SP)

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Parafraseando o velho ditado popular "Na briga entre o rochedo e o mar, o marisco é que apanha", chegamos à seguinte conclusão: na briga entre os Poderes Judiciário e Legislativo, o povo é que apanha.

CARLOS CARMELO BALARÓ, advogado (São Paulo, SP)

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MORO E AÉCIO

O juiz Sergio Moro não só foi flagrado aos cochichos com o informe Aécio Neves como parece que anda aceitando qualquer convite que pinta por aí. Triste ver a maior e única estrela dessa grande noite nacional perdendo o brilho, melancolicamente, por coisas tão pequenas e tão mundanas.

CARLOS MORAES (São Paulo, SP)

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O leitor Jefferson C. Vieira é muito comedido ao classificar de estranha a atitude do juiz Sergio Moro ao ser flagrado em cochichos e sorriso com um dos políticos mais delatados na OperaçãoLava Jato. Concordo com a classificação majoritária que corre na internet: é a foto mais obscena da temporada.

DAGMAR ZIBAS (São Paulo, SP)

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COLUNISTAS

Parabéns aos artigos e articulistas da Folha desta quinta (8/12) pela clareza com que explicaram a "podridão" de nossas atuais instituições de poder. São leituras imperdíveis.

MARIA AMÉLIA FERREIRA PERAZZO (Santo André, SP)

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O jornal perde um de seus mais brilhantes articulistas. Tratando de assuntos da língua portuguesa, o professor Pasquale Cipro Neto se mostrava excelente analista político. Uma pena.

GINO SARTI (São Paulo, SP)

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CHARGE

O chargista Benett resume de forma simples e inteligente um problema que vivemos há milênios: "A constituição deles é como a Bíblia: Cada um lê e interpreta da maneira que for mais conveniente" ("Opinião", 8/12). Sensacional!

MAURICIO NOVAES (São Caetano do Sul, SP)

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VIRADA CULTURAL

Confinar a Virada Cultural ao autódromo de Interlagos é análogo ao projeto de outrora que previu a construção de um shopping no entorno do teatro Oficina. Na época, Zé Celso questionou a oposição entre as motivações de consumo e as culturais. Trata-se de uma medida (que, tomara, seja revista por Doria) típica de quem nunca esteve na Virada, pois nada supera a arquitetura do centro velho, seus teatros e museus e as ocupações urbanas já sedimentadas pelas várias edições.

ANDRÉ LUIZ FERREIRA DOS ANJOS (São Paulo, SP)

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O vereador e ex-secretário municipal de Cultura Nabil Bonduki precisa entender que iniciativas outras que as suas na área cultural não resultam em evento convencional nem muito menos mercantilista, como exposto em seu artigo "Proposta vai matar a Virada". Afinal a cultura jamais foi privilégio da esquerda e ideias melhores sempre vão aparecer. Pode ficar tranquilo.

JOSÉ ELIAS LAIER (São Carlos, SP)

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