Folha de S. Paulo


A história dirá se o impeachment de Dilma é um golpe, afirma leitora

IMPEACHMENT

Manchete da Folha nesta quinta (25/8): "Temer diz já ter votos para o impeachment de Dilma". Resta saber: "ter" (ou "contar com") os votos significa o quê? São votos de senadores que ele, o maior interessado, conquistou, convenceu por meio de barganhas ou foram votos simplesmente comprados? De onde vem tanta certeza? Infelizmente, ninguém se interessou em saber. A história, certamente, há de registrar se o impeachment foi ou não um golpe.

MARIA DO SOCORRO NOVAES (Ribeirão Preto, SP)

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Procurei e não encontrei na Constituição Federal a possibilidade de um presidente da República ser eleito por processo antidemocrático. Portanto a expressão "presidenta eleita democraticamente" é redundante. Seu uso exaustivo pela defesa da presidente afastada é falacioso, não afeta os congressistas conhecedores da Constituição e só pode ser interpretado como tentativa de iludir eleitores que acompanham o processo de impeachment pela mídia.

CLÁUDIO BETTINI (Niterói, RJ)

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A influência de Michel Temer sobre os senadores no processo de impeachment cerceia o direito de defesa da presidente Dilma e transforma o impeachment em uma eleição indireta, sem previsão constitucional, escancarando o golpe. De Dilma foram tirados mecanismos de locomoção que ajudariam na sua defesa. Além disso, ela não tem a máquina pública, da qual se utiliza seu algoz para "convencer" os senadores. Estamos diante de um golpe bizarro.

LAERCIO DA SILVA, juiz (Santana de Parnaíba, SP)

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Excelente o artigo de Clóvis Rossi. De forma simples e precisa, ele mostra que a verdade não está nem de um lado, nem de outro, diferentemente do que os radicais (de ambos os lados) têm tentado convencer a todos. Ao mesmo tempo, entretanto, em que o impeachment não é golpe (ou será que é?), o grande risco é que, graças ao bom e velho jeitinho brasileiro, tudo mude para que, ao final, nada mude.

LUIZ DANIEL DE CAMPOS (São Paulo, SP)

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OPERAÇÃO LAVA JATO

Causa estranheza Gilmar Mendes criticar as propostas do MPF. Por outro lado, um magistrado que considerou a Lei da Ficha Limpa uma sandice, que colaborou com a derrocada da Operação Satiagraha e que foi contrário à proibição de doações milionárias de pessoas jurídicas a campanhas eleitorais não pode surpreender nem a comunidade jurídica nem nós, pobres brasileiros. Permanecemos incautos, mas confiantes de que Sergios Moros e Joaquins Barbosa hão de surgir para provar que podemos, sim, ter leis para todos ("Condução da Lava Jato leva a embate entre Mendes e Janot", "Poder", 24/8).

ROBERTO TAIRA (São Paulo, SP)

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É impressionante o esforço da Folha para proteger o ministro José Serra. As reportagens sobre a delação da OAS nunca mencionam o ministro. Para saber se ele foi citado pela empresa, é preciso ler os jornais do Rio de Janeiro. Lamentável!

JAKELINE CASTRO ANDRADE (Jataí, GO)

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AUMENTO DE IMPOSTOS

Temos que lutar para reduzir impostos sem reduzir os direitos. Que tal pautarmos jornadas flexíveis e salário menor que o mínimo para jornadas menores que 44 horas semanais? E também o fim da multa de 10% (herança tucana) nas demissões. Deveríamos reduzir impostos sobre mão de obra e sobretaxar importações. Muitas redes de lojas vendem praticamente só importados, produzidos só Deus sabe como, em detrimento da produção nacional.

WILSON RONALDO DE OLIVEIRA (Curitiba, PR)

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UNIVERSIDADES FEDERAIS

Rogério Cezar de Cerqueira Leite aponta com extrema clareza as mazelas infligidas às universidades federais pelo agressivo e destrutivo corporativismo de professores, alunos e funcionários. Digna de nota é a lembrança de que é a sociedade que sustenta tais universidades e, portanto, elas não devem ser dirigidas por corporações que, por meio de pretensos sufrágios democráticos, tomaram-nas de assalto em benefício próprio.

AGOSTINHO SEBASTIÃO SPÍNOLA (São Paulo, SP)

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Gostaria de parabenizar Rogério Cezar de Cerqueira Leite pelo seu pertinente artigo. É muito frustrante conviver com colegas de universidade federais que, por trabalharem em regime de dedicação exclusiva, deveriam realizar pesquisas de interesse científico e tecnológico para o país, mas passam suas vidas acadêmicas sem publicar um único artigo em revista de relevância internacional.

CARLOS RICARDO SOCCOL (Curitiba, PR)

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OLIMPÍADA

Fiquei muito emocionada e com lágrimas nos olhos ao ler o artigo "O choro do neto", de João Carlos Martins. É maravilhoso imaginar Bernardinho e Zé Roberto juntos recebendo medalhas de ouro em Tóquio.

GABRIELA PRADO (Poços de Caldas, MG)

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PREÇO DOS LIVROS

O livro, que já é caro no país, agora ficará inviável. Parece uma estratégia complexa para impedir o acesso à formação e à informação, somada a outros desmontes brancos que estão acontecendo na educação e na cultura. "Livre do livro" poderia ser o slogan da administração que está tomando conta do Brasil.

ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP)

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ELEIÇÕES MUNICIPAIS

A propósito de afirmação do editorial "Hora da inverdade", esclareço que exerci, em 1958, o honroso cargo de secretária de Educação do município de Campina Grande (PB), em substituição ao então secretário Edivaldo do Ó, informação que pode ser confirmada no livro "Uma Graúna no Ibirapuera" (de Elvira de Oliveira, ed. Busca Vida, 1988). Não houve, portanto, inverdade na informação.

LUIZA ERUNDINA, deputada federal (PSOL) e candidata à Prefeitura de São Paulo (São Paulo, SP)

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NOTA DA REDAÇÃO - O editorial diz que Luiza Erundina foi diretora, não secretária, conforme o ato oficial da Prefeitura de Campina Grande de 1º de abril de 1958, que a designou "para responder pela Diretoria de Educação e Cultura, até ulterior deliberação".

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RELATÓRIO DO TCE

A Folha distorce informações no editorial "Compêndio de falcatruas". A FDE prestou todos os esclarecimentos, ponto a ponto, ao TCE, que nunca apresentou decisão. Bastaria apuração mínima do jornal para descobrir, por exemplo, que o elevador foi suprimido do contrato com a assinatura de um termo aditivo, já que o projeto original da escola mudou por conta do tombamento histórico da cidade. Se quisesse informar, diria ainda que a empresa que entregou os ventiladores previstos mantém contratos com outros órgãos público até hoje.

RONALDO TENÓRIO, coordenador da assessoria de imprensa da Secretaria da Educação (São Paulo, SP)

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