Folha de S. Paulo


Experiência de delegado pacificador gera divergência entre leitores

A experiência de delegados do interior paulista é uma das melhores inovações da polícia com significativo impacto social (Resistência limita polícias pacificadoras ). Polícia agindo para imediata resolução de conflitos infelizmente pouco progride por um detalhe: dá trabalho. E trabalho adicional incomoda policiais que trabalham em delegacias em folgadíssimo regime de 12 horas de trabalho por 72 de folga. Haveria uma pequena revolução se a PM registrasse boletins de ocorrência e fizesse investigações básicas, deixando para a Polícia Civil investigar crimes especiais e fazer um papel de algum tipo de juizado de resolução imediata.

JOSÉ VICENTE DA SILVA FILHO, ex-secretário nacional de segurança pública (São Paulo, SP)

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Zanone Fraissat/Folhapress
O delegado Cloves Rodrigues idealizou a iniciativa para resolver conflitos no interior de SP
O delegado Cloves Rodrigues idealizou a iniciativa para resolver conflitos no interior de SP

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Como policial civil há 25 anos, causa-me profunda surpresa constatar que alguns delegados expressem o desejo de exercer função de conciliadores (atinente a profissionais não togados, nomeados pelo Judiciário), afastando-se de suas atribuições constitucionais de investigar delitos e prender criminosos. Parece que desconhecem a ampla carência de recursos humanos que assola a instituição na qual labutam, fazendo aumentar, ainda mais, o caótico número de 400 ou mais caso investigados por equipe composta, por vezes, de delegado, escrivão e investigador. Fica a dúvida se não deveriam ter prestado outro concurso.

PAULO LEW, delegado de polícia (São Paulo, SP)

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Há três meses, a Folha publicou matéria com dados do Datafolha sobre o alegado medo da polícia por parte da população. Agora, o jornal estampa que "60% dos paulistanos têm medo da PM" ("Cotidiano", 6/11). Qual a metodologia aplicada, que segmentos foram pesquisados e como se fez a abordagem? Sabemos que muita coisa precisa mudar nas polícias, a começar pelo tratamento que o governo lhes dá, mas sem querer atingir a credibilidade do Datafolha, ouso lembrar: "Estatística é a arte de enganar através dos números".

JARIM LOPES ROSEIRA, presidente da International Police Association - IPA (São Paulo, SP)

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