Folha de S. Paulo


Leitores comentam artigos sobre religiosidade de Marina Silva

O artigo de Rogério Cezar de Cerqueira Leite Desvendando Marina, a pretexto de atacar o pretenso fundamentalismo religioso de Marina Silva, é um chorrilho de preconceitos, não de "idiot-savant", mas de "idiot-pédant". Marina não é fundamentalista, pois não despreza a razão, nem sua fé recusa a ciência. Cerqueira Leite prega uma ciência que iguala fé religiosa e desordem neural. É estúpido em termos científicos, pois regride a ciência ao dogma positivista. É ingênuo em termos políticos, pois supõe que a ciência, por si, conduza ao melhor governo. E é ideologicamente torpe, pois dá ao racismo uma máscara pseudocientífica.

ALCIR PÉCORA E FRANCISCO FOOT HARDMAN, professores titulares de teoria literária da Unicamp (Campinas, SP)

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Cerqueira Leite foi claro, simples e nada rebuscado. Mas o leitor médio da Folha não compreendeu. Em nenhum momento ele afirma que as crenças religiosas são problemas para se governar. Deixa claro que governar baseado em fundamentos religiosos é, sim, um perigo. A prova é clara. Basta ver o que ocorre em alguns Estados fundamentalistas. Os leitores depreendem que a crença religiosa não é problema para se governar um país. Mas os mesmos leitores creem convictamente que a ausência de crença religiosa é, com certeza, um perigo para se governar.

RAIMUNDO ARAUJO FILHO (Santos, SP)

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Admiro a argúcia intelectual de Demétrio Magnoli e quase sempre concordo com suas posições. Em Fogueiras da razão, ele afirma, curto e grosso: "Sou agnóstico". Ser agnóstico significa a maior violência contra a razão. Para refutar o cientista Rogério Cezar de Cerqueira Leite na sua desqualificação de Marina Silva, Magnoli joga fora a criança com a água do banho. Ser contra o racionalismo, a interpretação matemática da razão, tudo bem. O que não se pode é ser contra a própria razão.

GILBERTO DE MELLO KUJAWSKI (São Paulo, SP)

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