Folha de S. Paulo


ANDRESSA PAPPAS

Por um mercado em expansão

Divulgação
Will Smith e Joel Edgerton em cena da série da Netflix
Will Smith e Joel Edgerton em cena da série da Netflix "Bright"

A indústria criativa é talvez um dos assuntos mais comentados da atualidade, e certamente o segmento econômico que mais cresce mundo afora, a despeito de crises institucionais, políticas e econômicas. Não à toa, o ministro da Cultura, Sergio Sá Leitão, recentemente destacou o quão relevante é o setor para a economia: quase 3% do PIB, 1 milhão de empregos diretos e R$ 10 bilhões em tributos arrecadados.

Dentro dessa indústria, o setor audiovisual figura como um dos mais pujantes, hoje especialmente por conta do Video on Demand (VoD), tecnologia que veio para ficar e que mudou a maneira de se consumir filmes, séries e programas de TV. Agora, o espectador escolhe, diante de uma infinidade de conteúdos, ao que quer assistir, quando quer e onde quer.

O Brasil não perdeu tempo. Nosso segmento de VoD já ocupa o 8º lugar do ranking global, crescendo vertiginosa e livremente, a uma velocidade de 435% entre 2010 e 2015, de acordo com informações da PricewaterhouseCoopers (PwC). É natural que o segmento tenha suscitado múltiplas discussões de cunho regulatório ao redor do mundo, e no Brasil não está sendo diferente.

Uma das principais autoridades do governo federal sobre regulação, a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, foi categórica ao dizer: "(...) acreditamos que este mercado ainda está longe de atingir sua configuração de maturidade, o que, por si, já não recomenda a adoção rápida de medidas regulatórias que possam afetar seu desenvolvimento".

Trocando em miúdos: há que se ter prudência. Não precisamos correr contra o tempo se desejamos evitar riscos para essa nova tecnologia que ainda cresce em seu estágio inicial e vem beneficiando enormemente os consumidores brasileiros, que nunca foram tão protagonistas no acesso e na escolha de ilimitados conteúdos.

Esse segmento promissor, formado pelos mais variados tipos de agentes criativos e que vem evoluindo em um ambiente de competição saudável, elevou os consumidores ao patamar dos principais beneficiados por esse crescimento. Suas escolhas, portanto, devem ser levadas na mais alta conta.

E por isso, a Motion Picture Association (MPA), que representa os maiores estúdios de criação, produção e distribuição de conteúdos audiovisuais do mundo (Walt Disney, Paramount, Sony Pictures, Twentieth Century Fox, Universal e Warner Bros), concorda com a posição do Ministério da Fazenda.

Ao longo das sete décadas em que se vê presente no Brasil, a MPA orgulha-se de suas estreitas relações com o governo e a sociedade civil e se sente honrada em participar, de maneira construtiva, nos debates fundamentais ao desenvolvimento da indústria audiovisual brasileira, como é o caso da tecnologia VoD.

Acreditamos que esforços conjuntos entre o governo e os parceiros da indústria audiovisual brasileira sejam a chave para o desenvolvimento pleno e sustentável desse setor que, muito em breve, figurará entre os cinco maiores do mundo.

Um mercado pleno e desenvolvido encoraja investimentos contínuos, bem como o acesso cultural cada vez mais amplo, o compartilhamento de experiências internacionais e as inovações tecnológicas que favorecem, sobretudo, os consumidores. O foco, acima de tudo, deve ser dirigido à pujança socioeconômica e cultural de quem trabalha neste e por este país.

ANDRESSA PAPPAS é diretora da Motion Picture Association Brasil

PARTICIPAÇÃO

Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.


Endereço da página:

Links no texto: