Folha de S. Paulo


FERNANDO HOLIDAY

Adeus, antiga juventude!

Karime Xavier/Folhapress
SÃO PAULO, SP, 16.02.2017: FERNANDO-HOLIDAY - O vereador de São Paulo, Fernando Holiday (DEM-SP), integrante do MBL (Movimento Brasil Livre), concede entrevista em seu gabinete. (Foto: Karime Xavier/Folhapress)
O vereador de São Paulo Fernando Holiday (DEM), integrante do MBL, em entrevista em seu gabinete

Há alguns dias, nesta Folha, li o artigo "Juventude decadente, da colunista Alessandra Orofino. Apesar de o título remeter a um tema amplo, o texto tinha um só objetivo: criar um monstro de nome "Fernando Holiday" e o fantasma "Escola Sem Partido".

Os devaneios de Orofino, obviamente, não teriam sentido sem elementos comumente usados pela esquerda em suas teses: mentira, distorção e omissão.

O pano de fundo era me colocar como alguém que fugiu de suas lutas iniciais para se aventurar em pautas culturais. Desde o início da minha militância, defendo pilares fundamentais da civilização ocidental, por acreditar ser este dever de qualquer liberal.

Não me importo em ser chamado de conservador por isso. Na verdade, muitos conservadores me inspiram, como Nelson Rodrigues (1912-1980) e Edmund Burke (1729-1797). Essa defesa sempre esteve alinhada com medidas que reforçam minha austeridade e respeito ao dinheiro público.

Economizo no gabinete mais de 90% da verba de custos, não utilizo 50% da verba de equipe; além disso, doava parte do meu salário a entidades de caridade, postando os comprovantes todos os meses em minhas redes antes mesmo de receber o aumento que doarei a partir de agora.

Até o fim do mandato, serão economizados mais R$ 4 milhões, e doados cerca R$ 150 mil à sociedade civil. Não por populismo, mas sim porque faço questão de ser coerente com meus ideais.

A dita cuja ainda diz que larguei a luta contra a corrupção por denúncias que me envolveriam. Mas a má intenção não lhe permitiu dizer que as investigações feitas sobre minha campanha foram pedidas por mim, para enterrar as mentiras de pessoas —que, inclusive são investigadas pela polícia por formação de quadrilha e outros crimes.

Ao contrário dos políticos acobertados pela esquerda —que, aliás, a colunista defende—, apresentei-me ao MP e à PF porque sei da minha honestidade. Eles, por outro lado, fogem das autoridades como o diabo foge da cruz.

Contudo, boa parte da pantomima da moça se dedica a tentar refutar a importância do projeto Escola Sem Partido, que avançou na Câmara de São Paulo. Fica evidente, pois, que a esquerda ignora completamente contundentes denúncias divulgadas ao longo de anos, vindas de alunos que foram prejudicados, humilhados, ou até mesmo traumatizados por simplesmente dizerem o que pensavam em sala de aula.

Sugerir que isso seja algo demagógico é um ataque ao direito de liberdade das crianças na escola. Temos aqui mais um sinal de que grande parte dos que criticam o projeto ignora a necessidade da formação livre do pensamento. Coisa de quem vê em Fidel um grande líder e, na Venezuela, uma democracia.

As críticas tentam demonstrar que o projeto busca impor convicções morais, algo que só poderia ser dito por quem não leu o texto. O verdadeiro objetivo é garantir a diversidade de ideias em sala de aula, tanto que, além de mim, do MBL (Movimento Brasil Livre) e do vereador Eduardo Tuma (PSDB), o projeto conta com quase duas dezenas de coautores em São Paulo, dos mais diversos partidos (PSDB, DEM, PRB, PMDB, PSB, PSD, PSC, PR) e ainda contará com muitos outros.

Eu sinto muito, Alessandra. Sua arrogância de esquerdista de butique não cola mais. Essa juventude já se cansou dos falsos movimentos estudantis, inundados com o dinheiro público.

FERNANDO HOLIDAY, 21, é coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), estudante de direito e vereador de São Paulo (DEM), o eleito mais jovem na história para o cargo, aos 20

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