Folha de S. Paulo


Jair Bolsonaro: O grito dos canalhas

Em 1º de novembro de 2003, um menor de idade conhecido como Champinha e quatro comparsas surpreenderam um casal de jovens –Felipe Café, 19, e Liana Friedenbach, 16– que estava acampado. Felipe foi executado no dia seguinte com um tiro na nuca. Ela viveu horrores ao ser estuprada em rodízio por seus algozes, até ser executada, no dia 5, a golpes de facão.

Dias depois, no Congresso, eu concedia entrevista à Rede TV sobre a redução da maioridade penal quando, inopinadamente, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) começou a me ofender gratuitamente, bradando que eram de minha responsabilidade aqueles crimes. Em seguida, ela me chamou de estuprador. Repetiu a ofensa e, em resposta ao meu questionamento, reafirmou que eu era estuprador.

Minha reação ocorreu num reflexo e, ante a agressão verbal injusta, respondi que não era estuprador, mas que, se fosse, não a estupraria porque ela não merecia. Seguindo-se ofensas recíprocas e a ameaça dela de me dar uma bofetada na cara, reagi defensivamente e a alertei de que, se ela me agredisse, também seria agredida. Tudo isso pode ser comprovado por vídeos na internet.

Qualquer pessoa que preza seus familiares se sentiria ofendida e muitas teriam a mesma reação.

Já me rotularam de homofóbico por ser contra o "kit gay" nas escolas do ensino fundamental e, recentemente, também fui rotulado de racista por ser contra as cotas. No caso "Preta Gil", em que fui acusado de racista depois de entrevista ao programa "CQC", da Band, o procurador-geral da República, em junho deste ano, pediu ao STF o arquivamento do processo porque o "CQC" informou não possuir mais a fita "bruta" do programa.
Entendo ser o parlamentar que melhor encarna a dura oposição ao governo do PT, em especial dos seus integrantes que tentaram mergulhar o Brasil numa aventura cubana.

Eles se incomodam comigo quando falo do passado de seus ícones, como Carlos Lamarca, que, antes de desertar, "despachou" mulher e dois filhos para Cuba, ou sobre os crimes cometidos pela VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) –de Dilma Rousseff e seu ex-marido Carlos Araújo– como a execução do jovem tenente Alberto Mendes Júnior.

Buscando restabelecer a verdadeira história recente do país, apresentei o projeto de lei nº 8.246/2014, que visa criar nova Comissão da Verdade para, entre outros crimes, apurar a afirmação do jornalista Ancelmo Gois de que só podia transitar pelo Brasil graças à carteira de identidade falsa fornecida, pasmem, pela KGB, o serviço secreto soviético.

A verdade tortura muitos parlamentares do PT, PSOL e PC do B, em especial quando, na semana passada, acusei na Comissão de Direitos Humanos o aliciamento de jovens estudantes para a Guerrilha do Araguaia para serem estupradas pelos seus comandantes comunistas.

Devemos acreditar no PT, que rejeita qualquer investigação no sequestro, tortura e execução do prefeito Celso Daniel, ou no Exército, que, impulsionado pela mídia, pela Igreja Católica, pela OAB, por mulheres nas ruas, por empresários e pela maioria esmagadora da Câmara e do Senado salvaram o país do comunismo em 1964?

Enquanto eu for parlamentar, restará ao PT apenas o direito de gritar.

JAIR BOLSONARO, 59, capitão da reserva do Exército, é deputado federal pelo PP-RJ

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