Nossa principal tarefa neste 1º de Maio é refletir sobre o futuro, definir estratégias para os novos passos, para a defesa da nossa pauta e, também, para impedir que prosperem os ataques que vêm sendo feitos aos direitos e conquistas dos(as) trabalhadores(as). Em 2013, evitamos que o Congresso Nacional aprovasse o projeto de lei nº 4.330, da terceirização, mas muitos outros estão tramitando na Casa.
Em anos eleitorais, as disputas se acirram e são enormes os riscos ao projeto de desenvolvimento econômico e social que, desde 2002, é a melhor alternativa apresentada ao povo brasileiro. Neste Dia do Trabalhador, vamos reafirmar a necessidade de manutenção das conquistas e aprofundar o processo de recuperação das dívidas que o país ainda tem com os(as) trabalhadores(as).
Isso significa derrotar, mais uma vez, o projeto neoliberal, com suas políticas de austeridade, arrocho salarial e cortes do que eles chamam de "custos" e nós, de investimentos sociais. Não vamos permitir o retrocesso, as chamadas "medidas impopulares" nem tampouco as reformas recessivas que dois candidatos à sucessão presidencial disseram não ter medo de implementar.
Os economistas ligados a esses candidatos já começaram a atirar contra políticas de trabalho e renda. Para eles, a taxa de desemprego baixa e os aumentos reais do salário mínimo contribuem para aumentar os índices de inflação e reduzir os de produtividade, algo que a própria realidade dos últimos anos já provou falso.
Eles pretendem atacar algo que melhorou a qualidade de vida de milhões de brasileiros –trabalhadores da ativa, aposentados e pensionistas, e todas as categorias profissionais que, impulsionadas por um piso mais elevado, conseguiram fazer melhores campanhas salariais. Isso sem contar que aumentou o montante de recursos circulando na economia, fortaleceu o mercado interno e é um fator importante no crescimento do país.
Enquanto eles querem diminuir, nós queremos aumentar a distribuição de renda, a inclusão social, o trabalho decente, a igualdade de direitos, melhorar a educação, a saúde e o transporte público de qualidade, além de mais segurança.
E para garantir que esses novos passos sejam dados, é fundamental a aprovação da pauta da classe trabalhadora, entregue à presidenta Dilma Rousseff e aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, em março do ano passado, até agora sem resposta.
Vamos reverter esse quadro. Neste 1º de Maio, daremos mais um exemplo da nossa capacidade de organização e luta. A CUT (Central Única dos Trabalhadores), a CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e a CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros) e, no ato político, também a UGT (União Geral dos Trabalhadores) farão uma comemoração conjunta. A unidade é essencial para nos fortalecer nos embates que travaremos neste ano.
Ao contrário do que querem os neoliberais, vamos defender nossa pauta, nossas bandeiras e, junto com a sociedade, discutir políticas de desenvolvimento sustentável, reforma tributária, ampliação dos espaços de participação da sociedade civil nos processos de decisão e de formulação das políticas públicas que transformem o Brasil em um país justo e democrático.
E a reforma política é uma das nossas prioridades. Junto com movimentos populares e sociais, a CUT está organizando um plebiscito para aprovar a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva.
Queremos um sistema político que garanta maior participação popular, transparência, controle do povo sobre o poder político, melhor uso do dinheiro público, entre outras coisas que aumentarão, inclusive, as chances de um cidadão comum se candidatar e, realmente, defender os interesses da sociedade nas casas legislativas. Já existem vários comitês no país, e a votação começa em setembro.
VAGNER FREITAS, 48, é presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
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