Folha de S. Paulo


Iranianos promovem maior onda de protestos no país desde 2009

Novos protestos voltaram a encher as ruas no Irã neste sábado (30), em manifestações pró e contra a política econômica do governo de Hassan Rowhani.

Os protestos começaram na última quarta-feira em Mashhad, a segunda cidade mais populosa do país, e se espalharam por todo o Irã. Desde então, cerca de 50 pessoas já foram detidas.

Segundo o jornal inglês "Guardian", duas pessoas foram mortas em Doroud neste sábado quando a polícia abriu fogo contra os manifestantes –o governo não comentou o caso.

Os protestos, os maiores no país desde 2009, quando iranianos foram às ruas contra o resultado das eleições presidenciais, motivaram uma reação do governo, que recebeu críticas do presidente Donald Trump.

"Muitos relatos de protestos pacíficos de cidadãos fartos com a corrupção do governo e o desperdício da riqueza da nação para financiar o terrorismo. O governo iraniano deve respeitar os direitos do seu povo, inclusive o de se expressar", escreveu o americano no Twitter.

Trump fala dos protestos no Irã

O governo do Irã, que tinha proibido as TVs de exibirem os protestos, contra-atacou. O ministro do Exterior, Bahram Ghasemi, disse que "o povo iraniano não dá crédito às observações enganosas e oportunistas de funcionários dos EUA ou do sr. Trump".

A força do governo Rowhani foi exibida nas manifestações favoráveis deste sábado, que reuniram 4.000 pessoas só em Teerã –a universidade local reuniu 70 estudantes contrários ao governo.

Enquanto os protestos dos dias anteriores criticavam a escassez de recursos, o alto custo de vida e o governo "ditador", as pró Rowhani bradavam contra os EUA e responsabilizam o boicote imposto ao Irã pelas mazelas enfrentadas pela população.

"Pedimos que não participem de manifestações ilegais. Se quiserem organizar manifestações, devem fazer o pedido e obter autorização", disse o ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli.

A onda de protestos cresceu via redes sociais.


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