Folha de S. Paulo


Cuba adia transição política de fevereiro para abril

Omara García Mederos/ACN/Reuters
O dirigente cubano, Raúl Castro, em sessão na Assembleia Nacional, em Havana
O dirigente cubano, Raúl Castro, em sessão na Assembleia Nacional, em Havana

A Assembleia Nacional de Cuba irá estender seu período legislativo por dois meses, até abril do ano que vem, o que na prática adia a transição política do regime de Raúl Castro para um novo governo, informou nesta quinta-feira (21) a mídia estatal cubana.

A razão dada pelo adiamento foi o caos provocado em setembro pelo furacão Irma, que devastou construções na ilha e trouxe inundações. Mas alguns analistas acreditam que tem mais a ver com preocupações em garantir a estabilidade na transição.

Raúl e seu irmão Fidel Castro dominaram a política cubana por quase 60 anos. Seu herdeiro político, o primeiro vice-presidente Miguel Días-Canel, nasceu um dia após a Revolução Cubana (1959) e tem um perfil política mais fraco.

Eleições municipais que estavam previstas para o mês de outubro foram adiadas em um mês por causa do furacão que, segundo o ministro da Economia, Ricardo Cabrisas, causou danos da ordem de US$ 13,2 bilhões.

A transição ocorre em um momento em que Cuba enfrenta outros desafios, como o declínio da ajuda da sua aliada Venezuela e a reversão parcial da détente americana pelo presidente Donald Trump.

Segundo Cabrisas, o crescimento nos setores de turismo, transporte, comunicação, agricultura e construção ainda assim levou a uma expansão da economia de 1,6% neste ano.

O número de turistas visitando Cuba cresceu 19,7%, chegando a 4,3 milhões de pessoas nos primeiros 11 meses do ano, afirmou o ministro do Turismo, Manuel Marrero.


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