Folha de S. Paulo


Arábia Saudita anuncia que mulheres poderão guiar motos e caminhões

Associated Press
Em vídeo postado no YouTube, mulher saudita dirige carro contrariando as leis do país
Em vídeo postado no YouTube, mulher saudita dirige carro contrariando as leis do país

As mulheres poderão conduzir motos e caminhões na Arábia Saudita a partir de junho de 2018.

A informação foi divulgada neste sábado (16) pelas autoridades do país. A medida é fruto da flexibilização divulgada em setembro deste ano
, quando o rei Salman bin Abdulaziz Al Saudreal assinou decreto que autorizava mulheres a dirigir a partir de junho de 2018. Naquela ocasião, o anúncio foi feito de forma simultânea pela televisão estatal saudita e em um evento em Washington, nos Estados Unidos.

Além de divulgar sobre a liberação para motos e caminhões, a Direção Geral de Trânsito divulgou que não haverá distinção de matrículas entre veículos conduzidos por homens ou por mulheres. Mas casos de acidentes envolvendo mulheres, as condutoras serão encaminhadas a uma central de polícia voltada às mulheres.

O governo ainda irá esclarecer como será feito o processo para que as mulheres consigam a licença, mas adiantou que mulheres que tenham a permissão de dirigir em outros países do Golfo também poderão dirigir na Arábia Saudita.

No país, que é regido pela sharia (lei islâmica), mulheres não costumam interagir com homens que não são seus familiares. De acordo com as leis do país, mulheres não podem circular livremente e sempre que saem de casa devem estar acompanhadas de um guardião –o que é criticado por ativistas. Desobedecer a essas ordens gerava punição poderia incluir a prisão, multa e chibatadas.

Segundo o príncipe Khalid bin Salman bin Abdulaziz, embaixador saudita nos Estados Unidos, as mulheres não irão precisar da autorização de um homem para pedir a licença e também poderão dirigir desacompanhadas, sem a necessidade da presença de um guardião.

A intenção é modernizar o país, que tem metade da população com menos de 25 anos. E a medida é vista como uma forma de facilitar a entrada das mulheres no mercado de trabalho, já que elas não mais precisarão de um homem para se deslocarem.


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