Folha de S. Paulo


SPD aceita iniciar conversas com Merkel para formar novo governo

Tobias Schwarz/AFP
Martin Schulz, líder do SPD, durante coletiva em Berlim na qual anunciou o início das negociações
Martin Schulz, líder do SPD, durante coletiva em Berlim na qual anunciou o início das negociações

O SPD (Partido Social-Democrata) da Alemanha concordou nesta sexta-feira (15) em iniciar conversas preliminares sobre a formação de um novo governo com a chanceler alemã, Angela Merkel, elevando esperanças de que chegue ao fim o impasse político no país.

Desde 2013, a sigla governa a Alemanha em aliança com seus tradicionais rivais da CDU, de Merkel.

Após a eleição em 24 de setembro, quando o partido deve seu pior resultado na história, o líder do SPD Martin Schulz descartou a possibilidade de um novo acordo com Merkel.

As urnas deram vitória para CDU e sua aliada na Baviera, a CSU, mas o grupo não conseguiu cadeiras suficientes para governar sozinho. Por isso, a chanceler tentou negociar uma coalizão com os Verdes e com os liberais do FDP, mas a negociação fracassou, deixando possibilidade de um novo o acordo com os sociais-democratas como a principal opção de governo.

Assim, Schulz voltou atrás na declaração e abriu a possibilidade de uma coalizão. O Congresso do partido deu no último dia 7 a autorização para que ele pudesse iniciar as conversas.

Tanto o SPD quanto a CDU temem caso não consigam formar um governo, Merkel seja obrigada a convocar novas eleições, o que poderia ajudar o partido da direita nacionalista AfD.

As conversas preliminares deverão seguir até 14 de janeiro, quando o SPD tem um Congresso que deve decidir se a sigla aceita entrar em negociações formais.

Schulz, porém, enfrenta desconfiança de parte da base do SDP, que é contrária a um nova aliança com Merkel. Por isso, ele prometeu nesta sexta que a decisão final sobre um acordo deverá ser aprovada em votação pela maioria dos membros do partido.

"Ainda está em aberto se as conversas vão levar a formação de um novo governo", disse ele. "Mas eu devo repetir, e falo isso seriamente: ao abrir as conversas preliminares nós não tomamos uma decisão de integrar um governo."

Ele também abriu a possibilidade do partido dar apoio a manutenção de Merkel no cargo, mas sem participar do governo. Mas a chanceler já disse que prefere novas eleições a ter um governo de minoria.

O impasse político é raro na Alemanha, que nunca precisou convocar uma nova eleição desde o fim da Segunda Guerra. Já são 82 dias desde a eleição sem conseguir formar um novo governo, próximo ao recorde de 86 dias estabelecido em 2013.


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