Folha de S. Paulo


Para evitar políticos, escritor propõe criar ilhas artificiais

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Ilustração de ilha artificial, cujos habitantes viveriam se deslocando pelo oceano, proposta por Joe Quirk
Ilustração de ilha artificial, cujos habitantes viveriam se deslocando pelo oceano, proposta por Joe Quirk

Joe Quirk cansou da terra firme. Depois de escrever uma série de livros sobre "assuntos obscuros que gostaria de popularizar", entre eles a biologia de mamíferos marinhos e a história de maníacos por voos de asa-delta, o autor americano vem usando sua voz para tornar realidade o que antes parecia um delírio.

Ele imagina um futuro próximo em que milhões de pessoas vão trocar metrópoles abarrotadas à beira do mar por ilhas artificiais autossustentáveis no meio do oceano.

Sua ideia se ancora no fato de que o aquecimento global provoca um aumento cada vez mais veloz do nível da água dos oceanos, condenando cidades nos litorais a virarem clones menos charmosos e mais caóticos de Veneza.
Outro ponto é o fato de quase metade da superfície da Terra ser água pura sem dono, o que faz de imensidões como o Atlântico e o Pacífico uma espécie de novo faroeste a ser desbravado.

Mas esse destino manifesto marítimo não depende de caubóis. Quirk, 51, e seu Seasteading Institute (instituto da fazenda marinha), organização que fundou para alardear sua ideia e tem hoje 13 conselheiros além de outro funcionário, defendem uma "sensibilidade do Vale do Silício" para criar ilhas flutuantes que operem como start-ups em competição acirrada.

No lugar de nacionalidades e governos tradicionais, cidadãos serão clientes de um prestador de serviços.

Ilhas que não gostam de seus vizinhos poderão levantar âncora e flutuar para outro canto, evitando guerras.

Um protótipo desse novo modelo de país deve sair do papel em 2020. Neste ano, Quirk fechou um acordo com o governo da Polinésia Francesa para que o arquipélago nos confins do Pacífico sirva de cobaia de sua "azultopia".


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