O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, lançou neste domingo (3) uma moeda virtual, o petro, baseada nos preços do ouro, do petróleo, do gás e do diamante, no que chamou de um avanço em direção à "soberania monetária".
O termo passou a ser usado pelo dirigente após as sanções dos EUA que impossibilitaram transações com títulos da dívida pública e da petroleira PDVSA para demonstrar sua intenção de criar uma alternativa ao dólar.
"Isso vai permitir avançar a novas formas de financiamento internacional", disse o chavista, em seu programa de TV. "Com isso nos incorporamos ao mundo do século 21 e o país poderá avançar a um sistema financeiro que seja sólido para sustentar nosso desenvolvimento."
Ele também anunciou a criação de um um observatório de blockchain, plataforma para comprar e vender moedas virtuais, com 50 especialistas, para também criar as condições técnicas e legais para a nova moeda.
O petro é criado no momento em que a moeda física, o bolívar, desvalorizou 95% neste ano em relação ao dólar, e semanas após o país ser declarado em calote parcial por não ter reservas para pagar os juros de sua dívida.
Os opositores qualificaram a iniciativa como um novo blefe. "Isso é Maduro sendo um palhaço. Não tem credibilidade nenhuma", disse o deputado antichavista Ángel Alvarado, que também é economista.
O anúncio ocorre em meio ao boom dos preços do bitcoin, cujo valor aumentou dez vezes neste ano. Ironicamente, a moeda virtual é usada na Venezuela para burlar o controle cambial imposto pelo chavismo desde 2003.