Folha de S. Paulo


Negociação entre oposição e governo da Venezuela termina sem acordo

Ariana Cubillos - 17.out.2017/Associated Press
Venezuela's President Nicolas Maduro speaks during a press conference at the Miraflores presidential palace, in Caracas, Venezuela, Tuesday, Oct. 17, 2017. Maduro defended the results of Sunday's gubernatorial elections and said that those who report fraud are lying. (AP Photo/Ariana Cubillos) ORG XMIT: XAC102
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

Os membros do governo venezuelano e da coalizão de oposição fracassaram em chegar a um acordo em uma nova rodada de negociações na República Dominicana, neste sábado (2). O encontro faz parte de uma tentativa de resolver a crise política no país. Há planos de uma nova reunião em duas semanas.

Vários esforços de mediação fracassaram nos últimos anos. Adversários acusam o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de explorar o diálogo para ganhar tempo. Já ele afirma que a oposição prefere a violência.

Poucos venezuelanos esperam que mais negociações possam quebrar o impasse, com os adversários de Maduro desmoralizados ao vê-lo consolidar o poder antes de uma provável campanha de reeleição em 2018.

A coalizão Unidade Democrática, que fracassou em tirar Maduro do poder em meses de protestos nas ruas no início deste ano, pressiona, em primeiro lugar, por garantias de uma eleição livre e justa no ano que vem.

O grupo também quer um corredor de ajuda humanitária para aliviar uma das maiores crises econômicas na história moderna, assim como a libertação de centenas de ativistas presos e o respeito ao Congresso liderada pela oposição.

"Esse processo é difícil, pesado, duro e cheio de debate e confrontação", disse Julio Borges, presidente do Congresso, acrescentando esperar que os dois lados se aproximem no encontro de 15 de dezembro.

Na última semana, a ONG Human Rights Watch publicou um relatório documentando 88 casos de violações de direitos humanos. Os abusos teriam sido cometidas pelo governo da Venezuela contra manifestantes e opositores políticos e se referem ao período entre abril e setembro de 2017.

Há relatos de espancamentos, tortura com choques elétricos, asfixia e agressão sexual, além de prisões arbitrárias.

Em agosto, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) afirmou que as forças de segurança venezuelanas eram responsáveis pela morte de pelo menos 46 manifestantes.


Endereço da página:

Links no texto: