Folha de S. Paulo


EUA anunciam saída de pacto da ONU para proteção de refugiados

Saul Loeb/AFP
US President Donald Trump speaks about his tax reform proposal prior to meeting with winners of the National Minority Enterprise Development Week Awards Program in the Oval Office of the White House in Washington, DC, October 24, 2017. / AFP PHOTO / SAUL LOEB ORG XMIT: SAL006
O presidente americano, Donald Trump

Os EUA anunciaram neste sábado (2) sua saída do pacto mundial da ONU sobre a proteção de imigrantes e refugiados por considerá-lo "incompatível" com sua política migratória e de soberania.

A retirada é mais uma das medidas do governo de Donald Trump para restringir a entrada de estrangeiros e de deixar acordos internacionais que julga prejudiciais aos interesses americanos.

A chamada Declaração de Nova York foi assinada por 193 países em setembro de 2016 com o objetivo de melhorar a proteção e a gestão dos movimentos de migrantes e refugiados, com o intuito de evitar o tráfico humano.

Nesse sentido, a declaração deu mandato ao Acnur (Alto Comissariado da ONU para Refugiados) para propor no ano que vem à Assembleia-Geral um novo acordo com um programa de ação a ser seguido pelos signatários.

Em nota, a missão americana na ONU enfatizou que a decisão foi tomada pelo próprio presidente. "A Declaração abarca muitas disposições que são incompatíveis com as políticas americanas de imigração e refugiados e com os princípios ditados pela administração Trump em matéria de imigração."

Horas depois, a embaixadora dos EUA na organização, Nikki Haley, disse que "ninguém fez mais" que o país em relação ao tema. "Nossa generosidade continuará, mas nossas decisões em políticas migratórias devem ser sempre feitas pelos americanos."

A retirada acontece antes de nova rodada de negociações do pacto, que tenta amenizar a maior crise de refugiados da história. Quase 22 milhões estão deslocados devido a conflitos no mundo.

Desde sua posse, em janeiro, Trump avançou com suas promessas de campanha de restringir a imigração. A primeira foi o decreto proibindo temporariamente a entrada de cidadãos de seis países de maioria islâmica e de refugiados de todo o mundo.

Também tenta aprovar o orçamento para começar o muro na fronteira com o México e cancelou o decreto de Obama que dava residência a imigrantes que entraram ilegalmente ao país quando crianças, os "dreamers".

A saída do pacto também se insere no contexto da saída americana da Parceria Transpacífico, da Unesco e do Acordo de Paris sobre a Mudança Climática.


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