Folha de S. Paulo


Embaixador da Venezuela na ONU é destituído após críticas a Maduro

Ariana Cubillos - 17.out.2017/Associated Press
Venezuela's President Nicolas Maduro speaks during a press conference at the Miraflores presidential palace, in Caracas, Venezuela, Tuesday, Oct. 17, 2017. Maduro defended the results of Sunday's gubernatorial elections and said that those who report fraud are lying. (AP Photo/Ariana Cubillos) ORG XMIT: XAC102
A expectativa é que a medida reforce a posição de Maduro, com a aproximação das eleições em 2018

A Venezuela destituiu seu embaixador da ONU Rafael Ramirez, que já foi um poderoso ministro e presidente da PDVSA, estatal de petróleo do país. A informação é de quatro fontes, que falaram sob condição de anonimato.

Ramirez, que aumentou o tom de suas críticas ao presidente Nicolás Maduro nos últimos meses, tem sido apontado como um potencial candidato às eleições presidenciais de 2018, à medida em que a crise econômica e a baixa popularidade do governo ampliam as divisões dentro do Partido Socialista.

O embaixador teria sido demitido na noite de terça-feira (28), segundo uma fonte.

Uma segunda fonte afirmou que Ramirez, estabelecido na sede da ONU em Nova York, teria sido convocado a se apresentar na Venezuela nos próximos dias. Ele não teria sido oficialmente removido, e ainda estaria trabalhando nas Nações Unidas nesta quarta.

No entanto, o embaixador não estava presente quando foi chamado para discursar em uma reunião sobre direitos na Palestina, de acordo com pessoas presentes no encontro.

Ramirez teria tentado evitar sua destituição em conversas com o ministro de assuntos exteriores, Jorge Arreaza, que viajou a Nova York nesta semana, mas não obteve sucesso.

Procurado, o Ministério da Informação venezuelano ainda não comentou o assunto. As Nações Unidas afirmam não ter recebido uma notificação formal da destituição.

Ramirez fora enviado por Maduro ao posto nas Nações Unidas em 2014, afastando-o de sua forte atuação no setor de petróleo no país.

A expectativa é que a medida reforce a posição de Maduro, com a aproximação das eleições no ano que vem.

Uma das indicações mais claras de que o presidente tentaria um novo mandato ocorreu também nesta quarta, com uma declaração do vice-presidente, Tareck El Aissami, que disse esperar que Maduro seja reeleito em 2018.


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