Folha de S. Paulo


Democrata deixa comitê do Congresso dos EUA após acusação de assédio

Carlos Osori-1.nov.14/Associated Press
FILE - In this Nov. 1, 2014, file photo, Rep. John Conyers, D-Mich., speaks at Wayne State University in Detroit. Democrats have been quick to support the ?me too? chorus of women _ and some men _ who have stepped up to allege sexual misconduct and name names. But now ?me too? stains the Democrats, too, putting them in an awkward place as they calibrate how forcefully to respond. (AP Photo/Carlos Osorio, File) ORG XMIT: WX107
O deputado democrata John Conyers, o mais duradouro atualmente no Congresso dos EUA, discursa em Detroit em 2014

O deputado democrata John Conyers, 88, deixou o cargo de líder democrata no comitê judiciário da Câmara dos Estados Unidos em decorrências de acusações de assédio sexual contra ele.

Em nota neste domingo (26), Conyers afirmou que, apesar de negar as acusações, sua presença no comitê poderia atrapalhar a investigação das alegações.

"Não posso deixar que essas acusações atrapalhem meus colegas democratas e meus amigos dos dois partidos no comitê judiciário", afirmou Conyers, o legislador há mais tempo no Congresso.

O comitê de ética da Câmara afirmou na semana passada que estava investigando acusações de assédio sexual contra o deputado democrata do Michigan, que declarou ter chegado a um acordo sobre um caso de assédio com pagamento de indenização, mas sem admissão de culpa.

As acusações surgiram em meio a uma ofensiva do Congresso para rever as políticas de prevenção e combate ao assédio e vêm na esteira de uma série de acusações contra figuras públicas, como o produtor de cinema Harvey Weinstein e o senador democrata Al Franken.

"Neste caso, eu nego de forma veemente todas as acusações feitas contra mim", disse Conyers, um dos mais destacados legisladores negros dos EUA.

Em declaração divulgada após a nota de Conyers, a líder da minoria democrata na Câmara, Nancy Pelosi, afirmou que haverá "tolerância zero" para assédio sexual. "Estamos em um momento divisor de águas; não importa quão importante é o legado de alguém, isso não é uma permissão para assédio."

Conyers fez acordo após acusação de assédio de uma funcionária, em 2015. Ele a manteve na folha de pagamentos e pagou US$ 30 mil.

Integrantes do Congresso afirmam que o processo de investigação atualmente é enviesado e protege os legisladores.


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