Folha de S. Paulo


Premiê do Líbano volta ao país três semanas depois de anunciar renúncia

Fadel Itani/AFP
O primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, é recebido por outras autoridades no aeroporto de Beirute
O primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, é recebido por outras autoridades no aeroporto de Beirute

O primeiro-ministro libanês, Saad Hariri, regressou nesta terça-feira (21) a Beirute, quase três semanas após anunciar sua renúncia ao cargo e partir para a Arábia Saudita com a família de forma inesperada.

O chefe do governo chega ao país após visitas ao presidente da França, Emmanuel Macron, e do Egito, Abdel Fattah al-Sisi. Hariri saiu do aeroporto da capital libanesa em um comboio, sem falar com os jornalistas.

Antes do pouso, milhares de aliados comemoravam seu retorno nas ruas. Ele deve participar nesta quarta (22) da festa de independência do país e apresentar sua versão sobre o pedido surpresa de demissão do último dia 4.

A renúncia foi anunciada por Hariri ao chegar a Riad, que justificou sua decisão dizendo que era ameaçado de morte pelo grupo armado libanês Hizbullah e pelo Irã, aliado dos extremistas e principal rival da Arábia Saudita.

Desde o anúncio de sua renúncia, a permanência de Hariri na monarquia do golfo Pérsico e o fato de não regressar ao Líbano para formalizar a demissão ao presidente da República provocaram diversas especulações.

O presidente libanês, Michael Aoun, chegou a acusar o regime saudita de manter Hariri refém. A renúncia de Hariri foi interpretada como uma nova disputa entre a Arábia Saudita sunita e o Irã xiita.

As duas potências do Oriente Médio já se enfrentam em outros assuntos regionais, como nas guerras no Iêmen e na Síria.


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