Folha de S. Paulo


Buscas por submarino incluem de aviões de guerra a navios pesqueiros

As buscas ao submarino ARA San Juan, desaparecido desde quarta-feira (15), já completaram 80% da área estipulada pela Marinha da Argentina, segundo informações do porta-voz, Enrique Balbi.

A área foi delimitada a partir do ponto em que foi feito o último contato do submarino. De acordo com os registros do radar, essa comunicação foi de 240 milhas para o golfo de São Jorge, ou seja, 432 quilômetros no mar.

Antes de completar os 20% restantes da superfície marítima, o protocolo foi ativado para investigar as profundezas do mar, informou o jornal "Clarín".

O submarino tem uma velocidade submersa de 25 nós, ou cerca de 45 quilômetros por hora, e pode navegar até profundidades superiores a 250 metros. Ambos os parâmetros são levados em consideração para traçar a área de pesquisa.

Até o momento, as Forças Armadas argentinas têm empregado todo tipo de embarcações e aviões nas buscas, de barcos científicos e corvetas a aviões de guerra, além de ter aceitado a ajuda nas buscas, inclusive, de navios pesqueiros.

Ministério da Defesa Argentina/Twitter/Reprodução
Avião da Armada argentina participa das operações de busca do submarino ARA San Juan
Avião da Armada argentina participa das operações de busca do submarino ARA San Juan

AJUDA ESTRANGEIRA

No Twitter do Ministério da Defesa argentino, o ministro Oscar Aguad agradeceu as nações que ofereceram ajuda com navios e aviões.

"Agradecemos aos oferecimentos oficiais formalizados por Chile, Brasil, Estados Unidos, Inglaterra, Colômbia, Uruguai e Peru para colaborar na busca ao submarino ARA San Juan", escreveu Aguad.

O Brasil mobilizou três embarcações da Marinha, o navio polar almirante Maximiano, que se deslocava para Estação Antártica Comandante Ferraz; a fragata Rademaker, que regressava de uma operação com a Armada do Uruguai, e o navio de socorro submarino Felinto Perry, que desatracou da base almirante Castro e Silva, localizada no Rio de Janeiro.

De acordo com nota do Ministério da Defesa, o navio Almirante Maximiliano chegou na manhã deste domingo (19) à área onde o submarino deu seu último sinal de rádio, comunicando-se com o Navio de Apoio Logístico da Armada da Argentina Patagônia.

Porém, as buscas estão sendo dificultadas pelas altas ondas, de 6 metros, diz a nota.

A Força Aérea Brasileira também está colaborando com o envio de duas aeronaves, uma aeronave SC-105 Amazonas (busca e salvamento - SAR) e P-3AM Orion (patrulha).

Ministério da Defesa Argentina/Twitter/Reprodução
Aviões B200 e Tracker da Armanda partem da Base Aeronaval Almirante Zar em Trelew para voos de exploração em busca do San Juan
Aviões B200 e Tracker da Armanda partem da Base Aeronaval Almirante Zar em Trelew para voos de exploração em busca do San Juan

O presidente Michel Temer enviou mensagem ao colega argentino, Mauricio Macri, reafirmando "a plena disposição do Brasil em cooperar" nas buscas.

"Também no Brasil é grande a apreensão em torno do desaparecimento do submarino ARA San Juan", afirmou Temer.

A Argentina aceitou ajuda ainda dos EUA, que enviaram o avião explorador da NASA P-3, que estava estacionado na cidade de Ushuaia (sul) e se preparava para partir para a Antártica.

O Reino Unido disponibilizou um avião Hércules que opera nas ilhas Malvinas (Falklands, para os britânicos) e um navio de patrulha polar The Protector.

Também enviaram aviões Uruguai e Chile.


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