Quando Leigh Corfman deu detalhes ao "Washington Post" de seus encontros com o hoje candidato republicano ao Senado Roy Moore, dizendo que ele a beijava, tirava suas roupas e a tocava sobre seu sutiã e sua calcinha quando ela tinha 14 anos e ele, 32, muitas mulheres encontraram nas redes sociais um meio de protesto.
A reportagem, publicada na última quinta-feira (9), também citava que ele se encontrou com outras três adolescentes quando ele, advogado, estava na faixa dos 30 anos. Uma quinta mulher denunciou o republicano nesta segunda em uma conferência de imprensa.
Moore primeiro disse que não se lembrava dos episódios. Depois, afirmou que eram denúncias "completamente falsas" sobre coisas que "aconteceram há mais de 40 anos".
Nesta segunda-feira (13), o líder republicano no Senado, Mitch McConnel, afirmou que "acredita nas mulheres" e que Moore deveria abandonar sua campanha eleitoral pelo seu Estado, o Alabama.
O movimento começou com Catherine Lawson, advogada do Alabama. No Twitter, ela usou a hashtag #MeAt14 (#EuAos14) e uma foto sua nessa idade para lembrar que adolescentes de 14 anos não têm capacidade de consentir o ato sexual com adultos. "Não pode consentir aos 14. Não no Alabama. Não em lugar nenhum", dizia seu tuíte.
"Não pode consentir aos 14. Não no Alabama. Não em lugar nenhum".
Uma das criadoras do "The Daily Show", Lizz Winstead", também tuitou uma foto sua usando a hashtag e deu um empurrão à campanha: "Essa sou eu aos 14. Eu estava na equipe de ginástica e cantava no coral. Eu não estava saindo com um homem de 32 anos. Quem era você aos 14? Tuíte uma foto, diga quem você era e coloque no topo da sua página."
As mensagens se seguiram pelo fim de semana.
"Há algo seriamente errado com alguém que pensa que 14 é velho o suficiente para consentir", disse Andi Camp.
"Só caso haja alguma dúvida de que uma pessoa de 14 anos seja uma CRIANÇA!", escreveu outro usuário.
"Obviamente muito pronta para ter um relacionamento romântico com um advogado adulto", disse Rebecca Caplan.
A atriz Alyssa Milano, que começou o movimento #MeToo no Twitter depois das denúncias contra o produtor de Hollywood Harvey Weinstein, entrou na jogada. "Eu adorava meu irmão. Eu amava meu cachorro, Pucci. Eu amava OMD. Eu tinha o cabelo grande. Eu era feliz. Eu era inocente."
A jornalista Katie Couric também aderiu: "Eu estava comendo um monte de massa de biscoito de chocolate de aprendendo a fazer o 'hustle' [dança] e não me preocupando com um cara de 32 anos tentando me agarrar".
Dois dias depois, Lawson explicou por que começou o movimento. "Mostre como uma menina de 14 anos se parece. Afirme que ela não tem capacidade de consentimento. Lembre as pessoas que crianças merecem proteção", disse ela no Twitter.
"Compartilhei uma foto minha aos 14 para ilustrar que não há versão aceitável da estória [de Moore", disse ela numa entrevista com "The News & Observer". "Adolescentes não podem consentir num relacionamento com um homem adulto, nunca."