Folha de S. Paulo


Mídia chinesa cobre visita de Trump de elogios

A mídia estatal chinesa se encheu de elogios nesta sexta-feira (10) sobre o tom e os resultados da visita do presidente dos EUA, Donald Trump, a Pequim, afirmando que ele e o presidente chinês, Xi Jinping, haviam promovido um novo desenho para as relações bilaterais e sobre como administrar suas diferenças.

Trump pressionou a China para fazer mais para controlar a Coreia do Norte na quinta-feira e disse que o comércio bilateral estava sendo injusto com os EUA, mas elogiou o compromisso de Xi de abrir a China às empresas estrangeiras. Os dois líderes acompanharam a assinatura do equivalente a cerca de US$ 250 bilhões em acordos comerciais.

"Apesar de que as diferenças que têm importunado os laços bilaterais não tenham desaparecido completamente, o mais importante resultado das conversas em Pequim foi a abordagem construtiva dessas questões que os dois líderes demonstraram", afirmou o oficial "China Daily" em um editorial.

"Ambos expressaram sua disposição de trabalhar com, em vez de contra, o outro, ao lidar com as diferenças entre os dois países, em particular sobre o comércio e o programa nuclear da República Democrática Popular da Coreia", acrescentou, usando o nome oficial da Coreia do Norte.

"Trump surpreendeu agradavelmente a muitos que, há um ano, estavam profundamente preocupados com uma guerra comercial devido à sua retórica de campanha", afirmou Chen Weihua, vice-editor da edição americana do "China Daily.

A China dispensou uma atenção generosa a Trump e sua mulher, Melania, durante sua visita, com Xi ciceroneando o casal pessoalmente durante um tour pela Cidade Proibida, parte do que o governo chinês se referiu como uma "visita oficial plus".

"A China tentou seu máximo, até às custas das relações sino-coreanas", afirmou o influente tabloide "The Global Times" em editorial.

"Trump aos poucos aprendeu que Pequim está de fato fazendo contribuições altruístas para promover a desnuclearização da península. Ele não pode pedir mais."

A China diz que está comprometida em aprovar a aplicação de sanções da ONU contra a Coreia do Norte, cujo 90% do comércio é com a China, mas afirma que esforços de negociação precisam ser feitos antes.

Su Xiaohui, do think-tank China Institute of International Studies, ligado à Chancelaria chinesa, escreveu em um artigo de primeira página no jornal do Partido Comunista Chinês "People's Daily" que a cooperação entre China e EUA é a única opção para os dois países.

"Um novo paradigma para relações entre China e EUA está gradualmente se desenvolvendo", escreveu.

"A China deveria ficar feliz", afirmou Chen Daoyin, cientista político baseado em Shanghai, chamando a visita de um triunfo diplomático para Xi. "O líder do potência mundial número 1 acaba de fazer uma peregrinação para vê-lo. Naturalmente, é assim que todos os chineses irão ver."

Shen Dingli, acadêmico da Universidade Fudan, disse que a visita foi "mais do que um sucesso". "Trump se comportou moderadamente e respeitosamente. Ele mostrou respeito pelo líder da China e pela cultura da China. Xi tornou Trump um presidente melhor", afirmou, segundo o jornal britânico "The Guardian".


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