Quando uma caminhonete avançou sobre dois ciclistas , os primeiros de oito mortos, no atentado em Manhattan, o estudante de cinema Amir Chaghlil estava numa sala de aula com vista para o cenário do ato terrorista.
"Você vê coisas de louco todos os dias em Nova York, mas uma cena dessas nunca é fácil", disse ele, mostrando na tela da câmera as imagens que fez do momento em que a polícia cobriu os corpos e das bicicletas destruídas. "Era difícil acreditar."
Ele conta que, na hora do ataque, os alunos do Borough of Manhattan Community College, na rua Chambers, receberam alertas pelo celular e todos correram até as janelas para ver o que acontecia.
Muitos acabaram ficando ilhados no prédio, que foi interditado na sequência, assim como várias torres de escritórios e escolas do local.
Vídeo mostra fuga de atropelador
"Tinha visto o caminhão. Não era alguém fugindo do trânsito. Sabia que era terrorismo. Vi os dois corpos. Eram dois ciclistas, e a picape atropelou as pessoas ali mesmo, do lado da ciclovia", disse Eugene Duffy, chef de um restaurante próximo ao local onde houve o atropelamento.
O estudante Tawid Kabir estava na ponte de pedestres em cima da rua Chambers quando a caminhonete invadiu a via. Ele viu o atropelador. "Ouvi cinco ou seis tiros, daí deitei no chão, com medo. Era um homem branco de barba."
Em volta do cerco policial, um bizarro desfile chamava a atenção. Rapazes com cicatrizes gigantes, meninas com rostos cadavéricos, manchas de sangue por todo o corpo —tudo de mentira.
O ataque aconteceu no dia de Halloween, quando os americanos se fantasiam e crianças saem à noite pedindo doces de casa em casa.
Muitas das testemunhas do crime, aliás, falavam às câmeras de TV fantasiadas. Entre elas, um rapaz vestido de empregada francesa e outro de macacão de pelúcia em formato de rena.
Quando anoiteceu, as ruas nos arredores do ataque caíram em silêncio —só o ruído dos helicópteros sobrevoando a cena do crime podia ser ouvido, e muitos andavam a pé pelas vias fechadas em direção à tradicional parada de Halloween da cidade, que foi mantida.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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ATAQUES EM NOVA YORK
6.mar.2008
Uma bomba caseira atingiu o Centro de Recrutamento das Forças Armadas na Times Square. A munição usada na bomba era a mesma empregada nas guerras do Iraque e do Afeganistão. Não houve feridos, e o autor do ataque é até hoje desconhecido
25.mai.2009
Kyle Shaw, 17, colocou uma bomba caseira em uma cafeteria do Starbucks em Upper East Side Manhattan. Não houve mortes. O ataque teria sido um tributo ao filme "Clube da Luta". O adolescente foi condenado a três anos e meio de prisão em novembro de 2010
1º.mai.2010
Faisal Shahzad tentou explodir um carro-bomba na Times Square, no entanto a tentativa fracassou. Ele foi preso mais tarde em um voo que ia para Dubai. Shahzad foi condenado à prisão perpétua em outubro de 2010
23.out.2014
Zale Thompson, 32, feriu dois policiais do Departamento de Polícia de Nova York em um ataque com uma machadinha no distrito de Queens. A polícia abriu fogo, matando Thompson e ferindo um civil.
Thompson já havia sido preso seis vezes e chegou a fazer parte do Exército americano
17-19.set.2016
Quatro explosões ou tentativas de explosões na região metropolitana de Nova York deixaram 31 feridos. Ahmad Khan Rahimi foi identificado como suspeito e detido em Nova Jersey após um tiroteio que deixou três policiais feridos
20.mar.2017
James Harris Jackson, 28, viajou de Maryland para Nova York com o objetivo de matar homens negros e assim criar um espetáculo na mídia, segundo a polícia. Ele matou o morador de rua Timothy Caughman, 66, com uma espada em Midtown Manhattan