Folha de S. Paulo


Trump deverá liberar refugiados, mas com restrições a cidadãos de 11 países

O presidente dos EUA, Donald Trump, prepara um decreto para liberar o ingresso de refugiados nos EUA, que foram proibidos de entrar por 120 dias , mas deve impor restrições e inspeções mais rigorosas a cidadãos de 11 países.

Segundo as agências de notícias Reuters e Associated Press, as medidas estão em memorando enviado ao Congresso e serão anunciadas nos próximos dias, pois vence nesta terça (24) o prazo de 120 dias do veto aos refugiados.

Jim Watson - 18.out.2017/AFP
Manifestante segura cartaz em defesa dos refugiados em protesto contra decreto anti-imigração de Trump
Manifestante segura cartaz em defesa dos refugiados em protesto contra decreto anti-imigração de Trump

Pelo documento, porém, o governo americano continuará a impedir o acesso ao país de familiares de pessoas que já receberam refúgio, que será retomado quando "sejam aprimorados os sistemas de rastreamento".

Os nomes dos 11 países incluídos nas restrições não foram divulgados. "Nós continuamos a ter preocupações sobre a admissão de nacionais de...11 países em particular considerados de alto risco", diz o informe da Casa Branca.

Membros do governo afirmaram que haverá uma verificação mais profunda de que o solicitante realmente corre perigo, inspeções mais duras a embaixadas e melhorar o treinamento das equipes que processam as solicitações.

Também cita que a situação será revisada de 90 em 90 dias "para determinar que proteções adicionais são necessárias para assegurar que a admissão desses refugiados [...] não ameaça a segurança e o bem-estar dos EUA."

A prioridade, mostra o informe, deverá ser para cidadãos dos países não considerados de alto risco pelo Departamento de Estado. Os demais postulantes estariam sujeitos aos chamados Pareceres Consultivos de Segurança (SAO).

Estavam nesta categoria em dezembro de 2016 adultos do sexo masculino de Egito, Irã, Iraque, Líbia, Mali, Coreia do Norte, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Síria e Iêmen, assim como palestinos que moram nestes países.

Destes, apenas a Coreia do Norte não é majoritariamente muçulmana. Sete deles estão no decreto que veta a entrada de seus cidadãos nos EUA mesmo como turistas —Coreia do Norte, Irã, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen.

O veto foi modificado duas vezes, após ser derrubado por decisões judiciais, sob a justificativa de que discriminaria os muçulmanos. Na semana passada, um juiz federal do Havaí suspendeu parte da terceira versão, de setembro, pelo mesmo motivo.

Os dois decretos são partes centrais da política migratória de Trump, que também quer construir um muro na fronteira com o México e acelerou os processos de deportações para barrar a imigração ilegal de latino-americanos.


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