Dois deputados republicanos anunciaram nesta terça-feira (24) o início de uma investigação sobre a atuação do Departamento de Justiça durante a eleição americana de 2016, no governo Barack Obama.
Entre os principais pontos que serão analisados estão as decisões do FBI (a polícia federal americana) sobre a investigação dos e-mails da candidata democrata a presidente, Hillary Clinton.
Bob Goodlatte, presidente da comissão de Assuntos Judiciários da Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados brasileira), e Trey Gowdy, que comanda a comissão de Supervisão da Casa, decidiram iniciar as investigações, que ficarão a cargo de um painel conjunto formado pelos deputados dos dois comitês.
Segundo os dois deputados, existem "questões pendentes" sobre o porquê de o então diretor do FBI James Comey ter anunciado publicamente detalhes da investigação contra Hillary, mas nunca ter divulgado a investigação da ligação de aliados de Donald Trump com a Rússia.
O painel também vai analisar se o FBI tomou a decisão correta quando decidiu que não processaria Hillary.
Os deputados querem saber se a agência poderia ter tomado essa decisão ou se a deveria ter deixado a cargo dos procuradores do Departamento de Justiça.
Tradicionalmente, o FBI não comenta suas investigações, mas Comey deu uma entrevista coletiva em julho de 2016 para explicar por que não iria processar Hillary. Em outubro, disse ao Congresso que tinha reaberto a investigação do caso.
Comey acabou sendo demitido por Trump.
O FBI disse nesta terça que não comentaria o assunto. Já o Departamento de Justiça informou que irá cooperar com as investigações.
Além da nova investigação da Câmara, a comissão de Assuntos Judiciários do Senado já apura a atuação do FBI na campanha e o caso dos e-mails de Hillary, dentro de um inquérito maior sobre as eleições de 2016 e a ligação de membros da campanha de Trump com a Rússia.
Paralelamente, as comissões de Inteligência de cada uma das Casas investigam a interferência do governo russo nas eleições.