Folha de S. Paulo


Trump promete liberar arquivos sobre assassinato de Kennedy

Associated Press-22.out.1962
O ex-presidente americano John F. Kennedy, assassinado em 1963

O presidente americano Donald Trump afirmou neste sábado (21) que deve permitir a liberação, "sujeita ao recebimento de mais informações", até a próxima quinta, 26, da última leva de arquivos sobre o assassinato do ex-presidente dos EUA John F. Kennedy, em 1963, mantidos até hoje sob sigilo.

Há cerca de 3.100 materiais que nunca foram divulgados, além de 30.000 abertos apenas parcialmente.

Trump foi às redes sociais anunciar a decisão. "Sujeita ao recebimento de mais informações, vou permitir a abertura dos arquivos de JFK, há muito bloqueados", afirmou.

Parte dos documentos sobre a morte de Kennedy já havia sido aberta nos anos 1990, mas alguns itens permanecem em segredo.

A maioria desses materiais foi produzida pela CIA (Agência Central de Inteligência), pelo FBI (Birô Federal de Investigação) e pelo Departamento de Justiça.

Segundo o site Politico, fontes ligadas ao governo teriam afirmado que uma pequena parcela dos materiais a serem liberados pelo arquivo nacional americano ainda poderia permanecer sigilosa.

O jornal "The Washington Post" e outros veículos nos EUA afirmam que o pedido para manter parte do sigilo teria vindo das agências de inteligência americanas.

A alegação desses órgãos é a de que a liberação poderia expor esforços policiais e de inteligência relativamente recentes ao público, o que seria uma ameaça à segurança nacional americana.

O estrategista político Roger Stone, conselheiro de longa data de Trump, afirmou em seu site "Stone Cold Truth" que o diretor da CIA, Mike Pompeo, teria solicitado ao presidente que mantivesse os arquivos secretos por mais pelo menos 25 anos.

A decisão de liberar a última parte dos arquivos ainda sob sigilo é exclusiva de Trump, que poderia decidir pela manutenção do segredo ou por liberar apenas parte dos materiais, produzidos ao longo dos últimos 54 anos.

A liberação dessas informações foi regulamentada por uma lei de 1992, cujo objetivo era minar teorias da conspiração sobre o assassinato de Kennedy.

A regra, criada após a repercussão do filme "JFK - A pergunta que não quer calar", de Oliver Stone, lançado no ano anterior, estabelecia a divulgação, em um espaço de 25 anos, de milhões de páginas sobre o assassinato.

Pela norma, o material todo deveria ser liberado até a próxima quinta (26), salvo sob nova decisão de Trump.

Segundo o "Post", especialistas e historiadores não acreditam que há informações polêmicas nos arquivos.

Mas alguns desses papéis poderiam dar pistas sobre as atividades do assassino de Kennedy, Lee Harvey Oswald, durante sua viagem à Cidade do México, em setembro de 1963 -dois meses antes do crime- onde teve contato com espiões cubanos e soviéticos.


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