O governo americano disse nesta quinta (12) que as ações do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) contra os adversários do ditador Nicolás Maduro põem em dúvida a legitimidade das eleições para os governos estaduais, no domingo (15).
A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, cita como exemplos a mudança de seções eleitorais em redutos opositores, a "manipulação" das cédulas e a falta de uma auditoria independente dos votos.
Fausto Torrealba/AVN/Xinhua | ||
Militares hasteiam bandeira antes de celebração do Dia da Resistência Indígena, nesta quinta-feira (12) |
Também critica o regime por não permitir a entrada de observadores internacionais independentes. "Fazemos um chamado ao governo que permita aos observadores locais independentes que monitorem integralmente a eleição."
Nauert fez ainda alusão às acusações de fraude na escolha dos membros da Assembleia Constituinte. "Esta eleição traçou o caminho para o estabelecimento de uma assembleia ilegítima."
O regime venezuelano não comentou a declaração americana. Horas antes, Maduro afirmou que quem votar dirá "ao imperialismo o fim ao intervencionismo e chega de sanções", citando como imperialistas Donald Trump, o colombiano Juan Manuel Santos, o espanhol Mariano Rajoy e Michel Temer.
No discurso, ele reiterou a ameaça de depor todos os governadores eleitos nas urnas que não reconhecerem a Constituinte, convocada por ele e integralmente chavista.
O chefe de campanha da coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), Gerardo Blyde, disse que nenhum de seus membros fará juramento ante à Casa, que considera fraudulenta.
Além dos opositores, Juan Manuel Santos criticou a exigência do ditador, que chamou de arbitrariedade. Para o colombiano, o líder do país vizinho "não joga limpo".