Folha de S. Paulo


Milhares de espanhóis vão às ruas contra independência da Catalunha

Javier Barbancho/Reuters
WASHINGTON, DC - APRIL 12: Washington Post reporter David Fahrenthold speaks at the Newseum during their ÒThe President and The Press, The First Amendment in the First 100 DaysÓ event April 12, 2017 in Washington, DC. Fahrenthold recently won the Pulitzer Prize for National Reporting for his coverage of President Donald Trump's charitable giving. Aaron P. Bernstein/Getty Images/AFP ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Manifestantes exibem bandeiras da Espanha durante ato em Madri

Milhares de pessoas foram às ruas em Madri e em Barcelona neste sábado (7) para pedir que a Espanha siga unida e que haja diálogo entre o governo do país e o da região da Catalunha, que promete declarar independência.

Na praça Colón, em Madri, uma multidão com bandeiras espanholas bradou lemas como "Catalunha é Espanha. Não nos enganam" e "Com golpistas não se dialoga".

A manifestação foi convocada pela Fundação Denaes. Para Iván Espinosa, porta-voz da entidade, o ato "não é um patriotismo anticatalão. Ele surge em reação a um movimento excludente".

"Estou aqui porque não quero que coloquem um muro de Berlim no caminho até onde estão meus mortos e minha família", disse Octavi Puig, 62, aposentado catalão que vive em Madri.

O protesto ocupava outras ruas próximas, mas ainda não foram divulgados números oficiais.

Em frente à Prefeitura de Madri, outro protesto reuniu milhares de pessoas. O ato foi convocado pelo recém-criado movimento cívico Hablemos/Parlem, que defende o diálogo entre espanhóis e catalães.

Vestidos de branco e sem bandeiras, o grupo pedia "um diálogo antes que nos percamos", como disse Yurena Díaz, 36, médica.

O Hablemos/Parlem também realizou um ato na praça Sant Jaume, em Barcelona, onde fica a sede da Generalitat, o governo catalão. Centenas de pessoas participaram.

As manifestações se juntam ao contexto de pressão sobre Carles Puigdemont, presidente da Catalunha, para que ele abandone seu projeto de declarar independência de modo unilateral.

Nos últmos dias, grandes empresas como CaixaBank, Gas Natural e Banco Sabadell anunciaram que vão tirar suas sedes da Catalunha devido ao risco da região deixar a Espanha.

O antecessor de Puigdemont, Artur Mas, disse em entrevista ao "Financial Times" que a Catalunha não está pronta para ser um país. "Para ser independente, há algumas coisas que ainda não temos", disse Mas.

O governo espanhol, chefiado por Mariano Rajoy, se nega a aceitar o diálogo ou uma mediação alegando que Puigdemont violou a lei ao organizar um referendo pela Independência.

Uma grande marcha pela unidade da Espanha foi convocada para este domingo (8) em Barcelona, com a presença de personalidades como o escritor Mario Vargas Llosa, ganhador do prêmio Nobel.


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