Folha de S. Paulo


Exposição longa a ultrassom pode ser danosa a saúde

Ainda não se sabe se foi um ataque sônico que atingiu a Embaixada dos EUA em Cuba. Do ponto de vista físico e biológico, a hipótese tem sentido.

O ultrassom, ondas de som propagadas em alta frequência (20 kHz em diante), é usado em exames de imagem, testagem da integridade de produtos e estruturas e na limpeza.

No caso de uma exposição prolongada em humanos, pode haver efeitos negativos. Alguns sintomas são desconforto, dor de cabeça, tontura e mesmo a perda auditiva.

Apesar de se tratar de uma área bem conhecida da física, as aplicações tecnológicas do ultrassom só ganharam importância nos últimos cem anos, e os efeitos biológicos, principalmente os negativos, ainda estão começando a ser estudados.

Por causa disso, um dos princípios adotados no uso terapêutico da modalidade é empregar a menor dose possível para obter o efeito desejado.

O alcance do ataque entre os frequentadores da embaixada foi restrito. Aqueles que sentiram seus efeitos provavelmente apresentavam suscetibilidade maior a eles. A ausência de sintomas, contudo, não significa que o cérebro esteja incólume.

O problema é que os cientistas ainda não têm conhecimento consolidado sobre qual seria o prejuízo para a saúde humana. Da mesma forma, os parâmetros —amplitude, tempo de exposição e distância— necessários para um feixe sônico ter efeito em humanos também são incógnitas.

A modalidade terapêutica do ultrassom, desenvolvida para ter efeitos biológicos, é empregada na quebra de cálculos renais e na fisioterapia, auxiliando a circulação sanguínea e acelerando a recuperação de lesões.

Outra aplicação é na desinfecção: bactérias submetidas a alta dose de ultrassom têm a estrutura das paredes de suas células rompida e morrem.


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