Folha de S. Paulo


Trump e União Europeia adotam novas sanções contra Coreia do Norte

Evan Vucci/AP
President Donald Trump listens during a luncheon with South Korean President Moon Jae-in and Japanese Prime Minister Shinzo Abe, at the Palace Hotel during the United Nations General Assembly, Thursday, Sept. 21, 2017, in New York. (AP Photo/Evan Vucci) ORG XMIT: NYEV127
Trump fez o anúncio durante almoço com o primeiro-ministro do Japão e o presidente da Coreia do Sul

Dois dias depois de dizer na Assembleia Geral da ONU que os EUA podem ter que "destruir a Coreia do Norte", o presidente Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (21) novas sanções contra o regime de Kim Jong-un.

O ditador respondeu ao discurso de terça-feira (19) horas após as novas punições serem anunciadas, dizendo que o americano está "mentalmente perturbado" e que a ameaça aumentou sua determinação de manter o programa de armas nucleares.

No decreto, Trump ampliou a possibilidade de pessoas, empresas e entidades serem impedidas de fazer negócios nos EUA se mantiverem transações com o país comunista —o que deve restringir ainda mais o comércio entre o regime e o resto do mundo.

Também impõe um veto de 180 dias a barcos e aviões que tenham ido à Coreia do Norte de entrar nos EUA. Ao lado do premiê japonês, Shinzo Abe, e do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, ele disse que a tolerância às ameaças de Pyongyang deve acabar.

"As armas nucleares e o desenvolvimento de mísseis são uma grave ameaça à paz do mundo e é inaceitável que terceiros continuem a financiar este regime criminoso."

O americano também disse que o Banco Central da China teria determinado a suas filiais limitar o comércio com a Coreia do Norte, em decisão que descreveu como "audaciosa" e "inesperada".

A decisão, porém, não havia sido confirmada pelo regime chinês até a conclusão desta edição. O secretário do Tesouro americano, Steve Mnuchin, disse que Pequim avalia medidas contra Pyongyang, mas não deu detalhes.

Trump tem pressionado as autoridades chinesas a punir financeiramente o aliado e vizinho. Se confirmadas as restrições, isso reduziria severamente a habilidade da ditadura norte-coreana de financiar suas atividades atômicas.

Em discurso divulgado pela agência de notícias KCNA, Kim Jong-un disse que Trump vai pagar muito caro por suas ameaças, que chamou de "a declaração de guerra mais feroz da história".

"Ele não está preparado para ser o comandante supremo de um país. Trata-se de um patife e um gângster que está brincando com fogo", afirmou o ditador. "Em vez de me assustarem ou pararem, estas declarações me convenceram de que o caminho que eu escolhi foi o correto e que devo segui-lo até o fim."

Além dos EUA, os 28 membros da União Europeia aprovaram novas sanções contra a Coreia do Norte. Dentre elas, a proibição a empresas europeias de exportarem petróleo ou investirem no país.

Nesta sexta, o chanceler norte-coreano, Ri Yong-ho, discursará na Assembleia-Geral da ONU. O diplomata do regime também se reunirá com o secretário-geral da organização, António Guterres.


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