Folha de S. Paulo


Polícia faz buscas em sede do governo catalão em operação contra referendo

Josep Lago/AFP
Manifestante e soldado da Guarda Civil em frente de prédio do governo regional da Catalunha
Manifestante e soldado da Guarda Civil em frente de prédio do governo regional da Catalunha

A Guarda Civil Espanhola prendeu nesta quarta-feira (20) o secretário da Economia da Catalunha, Josep Maria Jove, e mais 11 pessoas durante buscas em diversos prédios do governo regional.

A operação acontece após o governo da Catalunha anunciar referendo pela independência da região, marcada para 1º de outubro, que criou uma crescente tensão entre Madri e os líderes locais.

A Justiça da Espanha vetou a realização do referendo. A decisão da corte, que acolheu petição do governo espanhol, era esperada diante do histórico de sentenças contra as iniciativas pela separação catalã, baseadas no princípio constitucional da indivisibilidade do território do país.

De acordo com o governador da Catalunha, Carles Puigdemont, com a operação desta quarta, Madri impôs um "estado de exceção" na região.

"O Estado [espanhol] suspendeu de fato a autonomia da Catalunha", disse Puigdemont.

O REFERENDO

Segundo o presidente regional, Carles Puigdemon, os catalães responderão à pergunta: "Você deseja que a Catalunha seja um Estado independente sob a forma de República?".

Em seguida, ele assegurou que em caso de vitória do "sim", passaria a cumprir o mandato que lhe foi confiado : separar sua região de 7,5 milhões de habitantes do resto da Espanha.

O governo conservador do primeiro-ministro Mariano Rajoy chamou o anúncio de um "show" daqueles dispostos a dividir a Espanha e prometeu impedir a votação caso os políticos catalães ou o parlamento regional decidam formalmente realizar o plebiscito.


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