Folha de S. Paulo


Aumenta desgaste da imagem dos EUA no México

Lalo de Almeida - 7.abr.2017/Folhapress
Crianças brincam em uma escola de Puerto Palomas, México, ao lado do muro na fronteira dos EUA
Crianças brincam em uma escola de Puerto Palomas, México, ao lado do muro na fronteira dos EUA

A imagem que os mexicanos têm dos EUA vem se desgastando rapidamente e cada vez menos de seus cidadãos demonstram interesse em migrar de forma ilegal ao país do Norte.

É o que se pode concluir da última pesquisa feita pelo Pew Research Center, que ouviu mil pessoas, no México, entre março e abril deste ano. A investigação mostra que a visão que os mexicanos têm dos EUA é a mais desfavorável nos últimos 15 anos.

Segundo o relatório, dois terços dos mexicanos (65%) têm hoje uma opinião negativa dos EUA, mais do que o dobro do que há dois anos atrás (29%). A mudança se dá após a campanha eleitoral e a vitória de Donald Trump nos EUA.

O presidente desde então apoia-se num discurso anti-mexicano e quer que seus vizinhos do sul paguem por um muro que pretende construir na fronteira —94% dos mexicanos se opõem à obra, segundo o estudo.

QUEDA NA IMIGRAÇÃO

Desde 2009, a cifra dos mexicanos que rumam para o Norte de forma ilegal vem caindo. Hoje, e de cada dez imigrantes que tentam cruzar a fronteira de modo ilícito, apenas um é mexicano –_os outros 9 são, em sua maioria, centro-americanos. Além disso, entre 2009 e 2014, mais mexicanos deixaram os EUA rumo ao sul do que o contrário.

A pesquisa mostra, porém, que há sentimentos contraditórios. Se a imagem do vizinho do Norte se desgasta, ainda assim, um terço dos entrevistados diz que se mudaria aos EUA se pudesse fazê-lo legalmente, porque crê que lá as condições de vida e de trabalho são melhores.

As cifras mostram que, hoje, só 13% se arriscaria a cruzar a fronteira sem um visto de trabalho ou sem uma autorização legal, enquanto há apenas dois anos, esse número era de 20%.

ECONOMIA

O estudo traz também um levantamento sobre a percepção dos mexicanos com relação aos laços econômicos de seu país com os EUA.

A maioria (55%) ainda vê a relação bilateral de comércio como importante, mas este número teve um declínio de 15 pontos desde 2013, quando essa cifra era de 70%.


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