O papa Francisco afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve repensar o fim do programa que protege jovens imigrantes sem documentos no país.
Na semana passada, o secretário de Justiça dos EUA, Jeff Sessions, anunciou o fim do Daca (que na sigla em inglês significa "ação diferida para os que chegaram quando crianças"). Desde 2012, o programa concedeu a 787.580 pessoas um status legal no país.
"Espera-se que seja repensado um pouco", disse o papa após encerrar no domingo (10) a sua visita à Colômbia. Ele chegou na quarta (6) ao país latino-americano, onde motivou peregrinação de milhares de fiéis.
De acordo com a agência de notícias Reuters, o papa citou problemas das famílias dos imigrantes em geral e disse que queria saber mais sobre a decisão de Trump.
Com o Daca, os chamados "dreamers" (sonhadores) –que entraram nos EUA antes dos 16 anos e têm hoje menos de 35– podiam viver legalmente por dois anos nos EUA e ficavam protegidos da deportação. A cada dois anos, era preciso renovar o pedido. O fim do programa Daca era uma das promessas de campanha do presidente Trump.
"No final, os jovens sentem que não têm esperança. E quem os rouba de esperança? Drogas, outros vícios, suicídios, e isso acontece quando eles são arrancados de suas raízes", disse o papa Francisco.
O papa já divergiu publicamente de Trump sobre questões de imigração outras vezes, como em relação à intenção do presidente norte-americano de construir um muro na fronteira com o México.