Folha de S. Paulo


Irma perde força, mas governador da Flórida espera por furacão 'mortal'

8.set.2017/Reuters
Imagem de satélite mostra o furacão Irma passando pelo leste de Cuba e se dirigindo para Flórida, nos Estados Unidos, nesta sexta (8)
Imagem de satélite mostra o furacão Irma passando pelo leste de Cuba e se dirigindo para Flórida

A Flórida se preparava neste sábado (9) para a chegada de um furacão "mortal", nas palavras do governador Rick Scott, que deve atingir cidades como Miami e Tampa neste domingo (10).

Em sua passagem por ilhas do Caribe nos últimos dias, o Irma deixou pelo menos 25 mortos, e na manhã de sábado já atingia as ilhas de Florida Keys, no extremo sul da Flórida, onde fica Key West, com ventos de 210 km/h.

Na noite de sexta, o furacão chegou ao norte de Cuba, deixando grandes estragos na cidade de Caibarién, que abriga vários resorts. Ele atingiu a ilha ainda como um furacão de categoria 4, mas depois perdeu força, sendo rebaixado para 3.

O Centro Nacional de Furacões, contudo, afirmou neste sábado que o Irma continuava "extremamente perigoso".

"Essa é uma tempestade mortal e o nosso Estado nunca viu nada como isso", disse o governador da Flórida a jornalistas na manhã de sábado em Sarasota.

Scott implorou para que as pessoas que vivem nas zonas de maior risco deixassem suas casas e buscassem refúgio nos mais de 260 abrigos instalados no Estado. Mais 70 deveriam ser abertos até domingo.

"Depois que a tempestade começar, os agentes de segurança não poderão salvá-los", disse.

Cerca de 6,3 milhões de pessoas na Florida e 540 mil na Geórgia foram ordenadas a deixar suas casas, mas uma parte delas deve permanecer.

Na noite de sexta, a rota prevista do furacão mudou um pouco, se desviando para a costa oeste da Flórida, onde ficam cidades como Fort Myers e Tampa. A expectativa antes era de que o olho do furacão atingisse principalmente a costa leste, onde está Miami.

Por causa da amplitude do Irma, no entanto, todo o território do Estado deve ser afetado.

BRASILEIROS

O consulado brasileiro em Miami, que teve que ser fechado por orientação das autoridades na quarta à noite, montou uma força-tarefa em Orlando para dar assistência a moradores e turistas brasileiros. O Itamaraty estima que entre 300 mil e 350 mil brasileiros vivam no Estado.

Segundo o cônsul-geral em Miami, Adalnio Senna Ganem, os brasileiros na Flórida devem seguir todas as orientações das autoridades, independentemente da cidade em que estejam.

"Não dá para descuidar. Nós estamos lidando com um fenômeno grave e, mais do que isso, ninguém sabe exatamente quais são as consequências", disse Ganem à Folha, por telefone.

O escritório, com oito funcionários e cinco linhas telefônicas, ficará aberto até a terça-feira, e poderá, inclusive, emitir documentos de viagem, como passaportes e autorizações para crianças.

Desde a quinta (7), a força-tarefa já recebeu mais de 150 chamadas, a maioria de turistas buscando informações sobre como se proteger. "Temos recomendado que os turistas sigam o plano de contingência dos hotéis, só que alguns alugaram apartamentos, então as pessoas ficam um pouco mais apreensivas, porque não têm nenhuma orientação direta", disse.

"Neste caso, estamos recomendando que eles ou tomem todas as precauções dentro do apartamento, procurem se informar com a própria agência que alugou, ou vão para os abrigos que nós informamos."

Os números de emergência e para localização de brasileiros desaparecidos são 305-285-6208/ 6258/ 6251/ 6213 ou 305-801-6201. Para pessoas no Brasil que quiserem informações de familiares, o telefone de contato é (61) 98197-2284.


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