Folha de S. Paulo


EUA prometem forte resposta militar a qualquer ameaça da Coreia do Norte

Ahn Young-joon - 10.ago.2017/Associated Press
FILE - In this Aug. 10, 2017, file photo, a man watches a TV screen showing U.S. President Donald Trump, left, and North Korean leader Kim Jong Un during a news program at the Seoul Train Station in Seoul, South Korea. North Korea detonates its strongest ever nuclear test explosion and Trump takes to Twitter to criticize both North and South Korea, China and ?any country doing business? with Pyongyang. But the tweet storm will be noticed in Asia as much for what?s missing as for the tough words. (AP Photo/Ahn Young-joon, File)
Monitor na Coreia do Sul mostra Donald Trump e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, prometeu "uma resposta militar massiva" a qualquer ameaça da Coreia do Norte contra os americanos ou seus aliados.

Mattis fez um pronunciamento em frente à Casa Branca após reunião com o presidente Donald Trump, o vice-presidente, Mike Pence e os conselheiros de segurança nacional, de acordo com a CNN.

Mattis afirmou que Trump quer ser informado de todas as opções militares para lidar com uma ameça nuclear dos norte-coreanos. O país asiático anunciou na madrugada deste domingo (3) que teria realizado um teste com uma bomba de hidrogênio.

"Qualquer ameaça para os Estados Unidos ou seus territórios, incluindo Guam, ou nossos aliados será enfrentada com uma resposta militar maciça, uma resposta eficaz e esmagadora", afirmou o secretário, destacando o comprometimento entre os aliados.

"Não queremos aniquilar nenhum país, como a Coreia do Norte, mas temos muitas opções para fazê-lo", acrescentou Mattis, advertindo o ditador norte-coreano, Kim Jong-un.

Em uma série de tuítes da manhã, Trump afirmou que eram "hostis" e "perigosas" as ações de Pyongyang e considerou que uma política de "apaziguamento" com o regime comunista norte-coreano não funcionaria.

O secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, afirmou à Fox News que "preparará um pacote de sanções e enviará ao presidente para consideração".

"Aqueles que fazem negócios com eles [Coreia do Norte] não poderão fazê-lo conosco", disse ele. "Trabalharemos em conjunto com nossos aliados. Trabalharemos com a China."

KCNA/Reuters
Imagem distribuída pela agência de notícias KCNA mostra Kim Jong-un inspecionando o que seria a bomba de hidrogênio
Imagem da KCNA mostra Kim Jong-un inspecionando o que seria a bomba de hidrogênio

O TESTE NUCLEAR

Um teste com uma bomba de hidrogênio teria sido realizado pelo governo da Coreia do Norte na madrugada deste domingo (3).

Segundo as agências internacionais, o país asiático anunciou o teste por meio de sua imprensa oficial e afirmou que obteve êxito na operação. Este seria o sexto teste nuclear realizado pelo governo do ditador Kim Jong-un.

Após analisar dados de um forte tremor detectado à 0h36 (no horário de Brasília), o governo japonês declarou —antes do anúncio oficial norte-coreano—, que havia sido detectado um novo teste atômico na região que abriga as instalações nucleares da Coreia do Norte, a nordeste do país.

O tremor de 6,3 graus de intensidade na escala Richter foi identificado na província de Hamgyong do Norte, que faz fronteira com a China, e onde fica situada a base de testes nucleares de Punggye-ri.

Bomba H

BOMBA DE GRANDE PODER DESTRUTIVO

O regime anunciou que havia desenvolvido uma bomba de hidrogênio que, diz, tem "grande poder destrutivo" e poderia ser colocada em mísseis intercontinentais.

Analistas viram a declaração como um possível novo elemento de tensão entre Kim Jong-un e os Estados Unidos, mas também como uma propaganda por considerarem que a ditadura não teria tecnologia suficiente para fazer a bomba.

A agência de notícias KCNA mostrou imagens de Kim inspecionando o que dizem ser o carregamento da bomba de hidrogênio em um míssil intercontinental e, em seu texto, afirma que todo o processo foi feito dentro do país.

"O poder explosivo da bomba foi ajustado de dezenas para centenas de quilotons e pode ser detonada de grandes altitudes. Como seus componentes foram produzidos localmente, isso permite que o país possa fazer quantas armas nucleares quiser."

Esta é a segunda vez que a Coreia do Norte diz ter bombas de hidrogênio. A primeira foi depois de seu quarto teste nuclear, em janeiro de 2016, quando o regime declarou ter usado uma ogiva desse tipo no exercício.

Na época, especialistas dos EUA e da Coreia do Sul consideraram que a bomba atômica usada teria sido comum. O secretismo do programa nuclear norte-coreano, porém, faz ser quase impossível a veracidade dos anúncios.

O suposto desenvolvimento foi revelado seis dias depois que o regime lançou um míssil que sobrevoou o nordeste do Japão antes de cair no oceano Pacífico, em resposta aos exercícios militares americanos e sul-coreanos.

Em resposta, o Exército dos EUA sobrevoou a fronteira com a Coreia do Norte com caças e bombardeiros. A tensão começou quando Kim disse ter testado dois mísseis intercontinentais que, segundo o regime, poderiam chegar ao território continental dos EUA.

REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, também condenou os testes norte-coreanos. Segundo ele, a ação é profundamente desestabilizadora para a segurança regional.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Emmanuel Macron, foram favoráveis durante uma conversa telefônica sobre um "aperto" de sanções já aplicadas pela União Europeia contra a Coreia do Norte, informou o governo alemão.

O encontro do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) também condenou os testes nucleares norte-coreanos e pedirá reforço do diálogo com o país oriental.

O Conselho de Segurança da ONU no início de agosto aprovou o sétimo pacote de sanções contra Pyongyang com o objetivo de privar o regime de cerca de US$ 1 bilhão de receita de suas exportações de chumbo, ferro e outros minerais, bem como peixe e frutos do mar.

Com agências de notícias


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