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'Todas as opções estão sobre a mesa', diz Trump sobre Coreia do Norte

Associated Press
This Friday, July 28, 2017, photo distributed by the North Korean government on Saturday, July 29, 2017, shows what was said to be the launch of a Hwasong-14 intercontinental ballistic missile at an undisclosed location in North Korea. The clear message after Friday's late-night test, the second in a month of a missile that may be able to reach most of the U.S. mainland: Get used to this _ it's the new normal. (Korean Central News Agency/Korea News Service via AP) ORG XMIT: BKWS802
Foto divulgada pelo governo norte-coreano mostra modelo de míssil sendo testado pelo país

O presidente dos EUA, Donald Trump, reagiu ao lançamento de um míssil norte-coreano que sobrevoou o aliado Japão dizendo, nesta terça-feira (29), que "todas as opções estão sobre a mesa".

Apesar de a declaração manter viva a possibilidade de uma ação militar, o tom foi mais brando do que o adotado por Trump desde o início do mês, quando ele ameaçou responder com "fogo e fúria" se a Coreia do Norte fizesse mais ameaças ao país e disse que as armas estavam "engatilhadas e carregadas".

Trump evitou, inclusive, confrontar o regime de Kim Jong-un nas redes sociais —como geralmente faz— ou ao ser questionado por jornalistas. A mensagem desta terça foi divulgada por nota pela Casa Branca.

"O mundo recebeu a mais recente mensagem da Coreia do Norte em alto e bom som: esse regime sinalizou seu desprezo pelos vizinhos, por todos os membros da ONU e pelos padrões mínimos aceitáveis de comportamento internacional", disse. "Todas as opções estão sobre a mesa."

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Após a divulgação do comunicado, o coronel Robert Manning, porta-voz do Pentágono, disse à Reuters que uma solução diplomática ainda era a preferida pelos militares. "Todas as opções estão sobre a mesa, mas a diplomacia ainda está no topo delas", afirmou.

No domingo, antes da ação norte-coreana contra o Japão, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, havia dito que o país manteria uma "campanha de pressão pacífica" para trazer Pyongyang à "mesa de negociação".

Dias antes, num comício no Arizona, Trump afirmou que o regime norte-coreano estava "começando a respeitar os EUA".

Um alto funcionário do governo disse à Associated Press que a ausência de uma resposta mais dura de Trump nesta terça já seria parte do esforço do novo chefe de gabinete da Casa Branca, o general John Kelly, de evitar a escalada retórica entre os dois governos vista no início de agosto.

A Coreia do Sul, no entanto, respondeu com mais testes militares. Segundo Seul, quatro caças F-15K lançaram oito bombas MK 84 em alvos simulados no território sul-coreano nesta terça.

Segundo Yoon Young-chan, porta-voz do presidente sul-coreano, Moon Jae-in, os exercícios desta terça mostram "a forte capacidade de punição contra o Norte".

Após um telefonema de 40 minutos com Trump nesta terça, o premiê japonês, Shinzo Abe, reforçou a "forte aliança" entre os dois países.

"O presidente Trump expressou seu forte compromisso em defender o Japão, dizendo que ele está 100% com o Japão", afirmou Abe.

Na manhã de terça (noite de segunda no Brasil), o míssil norte-coreano de alcance intermediário percorreu cerca de 2.700 km e alcançou uma altitude de 550 km, atravessando a ilha japonesa de Hokkaido. O artefato se desfez em três pedaços antes de cair no mar.

Segundo o regime norte-coreano, o ditador Kim Jong-un estava presente durante o lançamento do míssil Hwasong-12 —modelo que seria capaz de atingir também o território americano de Guam, no Pacífico.

CONSELHO DA ONU

Em nota, o Conselho de Segurança da ONU condenou o teste de mísseis, que considerou "ultrajante". O grupo afirma ser de "importância vital" que a Coreia do Norte tome ações imediatas e concretas para reduzir a tensão, mas não ameaça o regime de Kim Jong-un com sanções.

Antes do encontro, a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, disse que o órgão devia tomar uma dura ação em resposta ao teste "totalmente inaceitável e irresponsável" de Pyongyang.

Editoria de Arte/Folhapress

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